EXCLUSIVO - Valor gasto na reforma da praça da Madeira Mamoré seria suficiente para construir um prédio de cinco andares

A construção da nova sede da Procuradoria do Trabalho está orçada no valor de R$ 10,374,700,32 (Dez milhões, Trezentos e setenta e quatro mil reais e Trinta e dois centavos). No projeto da obra está uma área de 5.562m², terá cinco pavimentos, um moderno e

EXCLUSIVO - Valor gasto na reforma da praça da Madeira Mamoré seria suficiente para construir um prédio de cinco andares

Foto: Divulgação

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As várias obras inacabadas e os constantes transtornos, aliados ao total descaso de representantes públicos que deveriam investigar e denunciar supostos abusos de políticos parece estar se transformando em um coquetel sedativo que transformou a população de Porto Velho em uma comunidade que perdeu a noção de valores quando o assunto é gasto do erário com obras públicas.
Nos últimos seis anos, a cidade de Porto Velho praticamente recebeu mais dinheiro federal que nos vintes anos anteriores. Toda essa dinheirama oriunda de projetos como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), somadas com os recursos das compensações ambientais e sociais referentes à construção das usinas do Rio Madeira produziu um “mar” de dinheiro. E aja gastar sem planejamento adequado.
No dia 5 de dezembro, a prefeitura de Porto Velho, após uma série de entraves legais e acusações de dilapidação do patrimônio histórico, reabriu para a comunidade da capital a praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Um trabalho de revitalização realizado com a supervisão do Iphan.
Na abertura dos “portões” foi apresentado para a comunidade o que foi realizado até o momento, após três anos do inicio da execução do projeto. Dois galpões restaurados, a reforma do anfiteatro, calçamento e urbanização do pátio, além de um calçadão no perímetro entre as ruas Dom Pedro II e 13 de Maio. Foram construídos ainda cinco pequenos quiosques, realizada a iluminação e aplicada grama esmeralda em rolos.
No dia da inauguração, o prefeito Roberto Sobrinho afirmou que foram gastos nesta primeira etapa da revitalização do Complexo Madeira Mamoré, o montante de R$ 11.000.000,00 (Onze Milhões de Reais), dinheiro repassado pelo Ministério do Turismo e pelo Consórcio Santo Antônio Energia. (Veja aqui)
A equipe de reportagem do Rondoniaovivo.com foi até o local para conhecer a área disponibilizada para a comunidade e o que foi visto impressionou, não só pela beleza do urbanismo, mas principalmente porque não conseguimos enxergar para onde foram esses onze milhões de reais investidos no local. 
A primeira coisa que pode ser vista são os bancos de madeira colocados em todo o perímetro aberto da praça que em apenas sete dias já demonstram deterioração, com o verniz já desbotando (foto).
Os galpões foram pintados com verniz e permanecem fechados para a visitação pública, inclusive o galpão II, que abriga o Museu da Estrada de Ferro que está fechado há três anos.
O anfiteatro não recebeu nenhuma construção nova, apenas foi pintado e reformado em alguns pontos de reparos de alvenaria. Os maiores investimentos foram no calçamento, feito com blocos pré-moldados fabricados no próprio local da obra. Outro investimento de vulto foi à aplicação do gramado do tipo esmeralda com valor praticado na capital de nove reais o metro quadrado. Em São Paulo esta mesma grama custa R$2,30. (veja foto abaixo da matéria)
Comparações
Em comparação com outras obras realizadas dentro da capital podemos realizar um comparativo entre a inauguração da primeira etapa da praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e a construção do prédio da Procuradoria Regional do Trabalho da 14º Região, localizada na esquina da avenida Presidente Dutra com avenida Calama, no centro de Porto Velho.
A construção da nova sede da Procuradoria do Trabalho está orçada no valor de R$ 10,374,700,32 (Dez milhões, Trezentos e setenta e quatro mil reais e Trinta e dois centavos). No projeto da obra está uma área de 5.562m², terá cinco pavimentos, um moderno elevador, implantação de toda a tubulação de ar-condicionado, além de utilização de materiais de construção nobres como granito, blindex e mármore.
Como pode ser visto, fica mais caro para o contribuinte a prefeitura de Porto Velho reformar uma parte de uma praça Madeira Mamoré do que o MPT construir um moderno prédio com toda a infra-estrutura necessária.
Praça no Paraná
No município de Santa Terezinha de Itaipu, localizado no estado do Paraná, a revitalização de uma praça de 10 mil m², foi anunciado para a população, o valor licitado para a obra ficou na quantia de R$ 390.000,00 (Trezentos e noventa mil reais).
Significa que com os mais de onze milhões gastos na revitalização apenas da primeira parte da praça da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, seria possível revitalizar mais de 30 praças com o mesmo porte, estrutura da praça revitalizada em Santa Terezinha de Itaipu. Se formos comparar pela extensão da praça no Paraná, foi gasto R$ 390 mil para revitalizar 10 mil m², com o dinheiro da praça da Madeira Mamoré, seria possível revitalizar 30 hectares de praça.
( veja foto ao lado)
O fato é que essas comparações apresentam o valor exorbitante gasto para revitalizar apenas uma parte do Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que ainda está longe de ser totalmente colocado a disposição da população portovelhense.
Um valor absurdo que ainda não colocou em atividade o museu da Estrada de Ferro ( existe suspeita de furto de peças históricasveja aqui), um valor que não instalou sequer sistema de irrigação na grama colocada que com certeza irá perecer quando o período de seca chegar, um valor que deixa realmente a comunidade estupefata com a forma que estão gerindo as verbas dentro do município de Porto Velho.
É possível a prefeitura apresentar a planilha de custos da praça mais cara do Brasil? Poderiam colocar tudo numa grande placa para o contribuinte ao visitar a praça, saber quanto foi gasto com cada item? Os gestores públicos têm coragem para tanto? Acreditamos que não.
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