Inspeção do Cremero no JP II não passa de alarde- por Bosco Cardoso – Servidor do JP-II
Foto: Divulgação
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Em primeiro lugar, fala-se que a visita foi realizada sem aviso prévio, de surpresa, atendendo “denúncia” de médicos e de pacientes. É impressionante quando eles falam do descaso no setor, como as autoridades tratam a saúde pública.
Pergunta-se, há quantos anos todo mundo sabe que a saúde no Estado de Rondônia vem agonizando, sem que nenhuma providência resolutiva fosse tomada, a não ser medidas paliativas e superficiais?
Os poderes constituídos e demais instituições que se dizem guardiãs de uma saúde digna, apenas fazem suas manifestações de tempos em tempos e depois, achando que já fizeram a sua parte, se calam sem que tais providências sejam tomadas e ainda saem como heróis.
Heróis são todos os profissionais de enfermagem do João Paulo-II, que mesmo sem as mínimas condições de trabalho, se empenham para fazer o melhor que podem na assistência.
Conforme a matéria, será feito todo um relatório sobre as péssimas condições de trabalho e as precárias condições de atendimentos face a falta de estrutura e tudo será encaminhado aos órgãos competentes.
Ora, sejamos razoáveis, tudo isso já foi feito inúmeras vezes, inclusive o próprio Ministério Público do Trabalho-MPT, já recebeu esses e outros relatórios sobre inspeções realizadas em hospitais públicos do Estado, sobre as atuais condições do meio ambiente de trabalho. E quais providências foram tomadas?
A situação já passou dos limites e todo mundo sabe disso, agora a população está cançada desses alardes que não dá em nada, que não passam de barulhos, apenas para aparecer bem na mídia e depois voltar tudo ao esquecimento.
O interessante, é que no final da matéria ainda sobrou para os diretores do JP-II. Que eles tomem providências no sentido de se melhorar o atendimento a população.
Pelo que fiquei sabendo, nem o Secretário Estadual de Saúde se fez presente no dia da inspeção, se é que adiantaria alguma coisa, cuja providência para a resolução do caos na saúde, deveria partir dele com seu governo.
Aliás, é sabido que nos últimos anos, o JP-II, já vinha apresentando diversas deficiências, que culminaram com o estrangulamento geral da unidade. Tal fato já era de conhecimento público, todavia, tais organizações se limitaram a ser mero espectadores do caos vivido pela saúde pública. Tal situação foi agravando ainda mais com a entrada de mais de 150 mil homens por ocasião da construção das usinas do madeira.
Nesse sentido, deveria o poder público ter exigido dos gestores responsáveis, a construção de uma nova unidade hospitalar, que atendesse de fato a demanda do setor de saúde.
Entretanto, ao invés da construção de uma nova unidade hospitalar ou um pronto socorro aqui na capital, transferiram parte dos recursos das compensações, para a reconstrução do Hospital de Cacoal que ficou adormecido por mais de quinze anos, sem que nenhuma autoridade questionasse a conclusão da obra.
Os recursos que foram transferidos para a conclusão do Hospital de Cacoal, foi um desvio de finalidade, uma vez que tais recursos deveriam contemplar a população que vive em torno da construção das usinas do madeira.
Tal situação, deveria ter sido questionada pelo Ministério Público, Poder Legislativo e Tribunal de Contas que são os principais guardiões da lei e do bem estar da coletividade. E não apenas no final do governo, demonstrar uma situação como se essa já não existisse.
Esperamos que no próximo governo, as chamadas organizações protetoras da saúde pública, não venham hibernar, igual a alguns mamíferos que despertam para se alimentar e depois retornam para seu cômodo e profundo sono.
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