O vereador Ted Wilson (DEM) voltou à Câmara Municipal de Porto Velho cuspindo fogo pela boca e também pelas narinas. Ted assumiu no lugar do vereador Jaime Gazola (PV), que pediu licença de três meses para dedicar-se à campanha de deputado estadual.
Em seu primeiro discurso, Ted sentou a pua no sistema de transporte coletivo da capital e, de quebra, aproveitou para dizer ao vereador e presidente da Casa, José Hermínio Coelho (PT), caso o colega não apresente logo a emenda à Lei Orgânica, que acaba com o monopólio, ele o fará.
Ted prometeu, também, ressuscitar o projeto de lei, de sua autoria, que proíbe a venda de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes, boates e inferninhos de Porto Velho, localizados em áreas consideradas violentas, cuja proposta foi rejeitada na legislatura passada.
Na época, o projeto foi bombardeado. Aonde quer que se fosse, o que se ouvia eram críticas ácidas à sua proposição, considerado por muitos comerciantes como uma medida demagógica e eleitoreira. Mas Ted absorveu tranquilamente os petardos e não desistiu de levar sua idéia adiante, até que ela acabou sendo sepultada.
Estudos realizados por organismos sérios e confiáveis apontam uma redução significativa nos índices de criminalidade nas cidades onde a “Lei Seca” foi implantada. Isso é indiscutível. Não se pode negar.
Entretanto, se a policia não vem dando conta de prender os marginais que infernizam a vida da população, que dirá fiscalizar as dezenas de bares, botecos e biroscas que há na cidade. E não é por inércia. Prova disso é o que vem acontecendo no oitavo distrito policial, localizado na Zona Leste de Porto Velho.
Ali falta de tudo, desde pessoal suficiente para atender a demanda, até copo descartável para água e cafezinho. O prédio está caindo aos pedaços. Isso sem falar nos salários pagos aos policiais.
Há momentos em que o delegado Figueiredo é obrigado a meter a mão no bolso para compra material de expediente. E sabe quanto ele recebe para carregar o DP nas costas? Uma gratificação que não chega a trezentos reais. Semana passada, por exemplo, uma servidora tirou plantão, sozinha, com a cara e a coragem.
Além do disso, não há leis que impeçam ninguém de beber. Quem quer beber, bebe, na rua ou em casa. E mais: nem sempre quem vai a um bar tomar um aperitivo é arruaceiro.
Louvável a idéia do vereador, principalmente, no que se refere ao transporte coletivo, mas bem que ele poderia debruçar-se sobre o flagelo que castiga muitos dos que prestam serviços à segurança pública e apresentasse algo de concreto para melhorar as condições salariais e de trabalho dessas pessoas.