Exageros à parte, não é nada tranqüilizador verificar que algumas de nossas mais sofridas conquistas não estão imunes à ação deletéria de pessoas que, na ausência de respostas concretas à resolução de problemas afetos às instituições que presidem, danam-se a vociferar asneiras, que só convencem desavisados e comensais palacianos.
Em recente matéria jornalista, o presidente do Ipam, João Herbert Peixoto dos Reis, afirma que o cofre do Instituto está abarrotado de dinheiro e credita essa fase de bonança financeira à dedicação do seu cunhado e prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT). Ah, coitado!
Com tanto dinheiro em caixa, porém, como explicar os péssimos serviços prestados pelo Ipam e a carência, cada vez mais crescente, de especialidades médicas, como pediatras, por exemplo? Mas há outras. E não são poucas.
O dinheiro do Fundo de Assistência Médica tem finalidade especifica, qual seja, manter, aprimorar e expandir os serviços médico-hospitalares oferecidos aos segurados do Instituto e seus dependentes. Ou não?
Nesse caso, alguma coisa está errada. Se há milhões de reais no caixa da assistência, como afirma o presidente, não se justifica que o segurando continue sendo obrigado a esperar até trinta dias para agendar uma simples consulta.
Há quem diga, contudo, que a raiz do problema seria a tabela de preços do Ipam, tanto para consultas quanto para exames e internações. Fala-se que a majoração da tabela vem sendo feita sempre abaixo da média praticada pela maioria dos convênios. Uma diária hospitalar, por exemplo, não passa dos cem reais. Isso mesmo, cem reais!
Com a demanda, o aumento de matérias hospitalares e o pagamento de encargos sociais, não restam aos conveniados, principalmente médicos, outra saída senão priorizar os convênios mais atraentes. Em economia isso se chama Lei da Oferta e da Demanda. Quem pagar melhor tem acesso a bens e serviços de qualidade e em tempo hábil.
O Ipam precisa voltar a cumprir seu verdadeiro papel de prestador de serviço, não podendo, jamais, ficar ao alvedrio de interesses políticos, que em nada se coadunam com a realidade reclamada pelos seus legítimos mandatários: os servidores municipais.