PPS faz encontro regional neste sábado queixando-se a Cahulla das botinadas de Cassol - Por Paulo Queiroz

1 – BOTINADAS DE CASSOL

PPS faz encontro regional neste sábado queixando-se a Cahulla das botinadas de Cassol - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – BOTINADAS DE CASSOL

Tirante boa parte da comunidade política de Jaru, dificilmente o leitor rondoniense saberá de quem se está falando quando se diz “João do Óculos”. Em compensação, lá na jurisdição de “João do Óculos”, afora os membros da família (dele, obviamente), não há quem conheça o presidente do Diretório Municipal do PPS por outro nome. Pois bem. Em outubro passado, às voltas com a organização de uma reunião preparatória para o encontro regional do partido que acontece nesta sábado (12), em Porto Velho, “João do Óculos” tentou divulgar o evento por intermédio de uma das rádios da cidade cujo proprietário seria ninguém menos do que o governador Ivo Cassol (PP). Qual o quê! Foi tratado a “botinadas” pela direção da emissora.

O termo aparece aí aspado não porque inexista, porquanto devidamente catalogado em todos os dicionários com o mesmo significado – golpe com o pé calçado de botina (Houaiss). Está sendo reproduzido aqui porque é o preferido do deputado Moreira Mendes, presidente regional do PPS, sempre que é abordado por alguém querendo saber como seu partido tem sido tratado pelo inquilino principal do Palácio Presidente Vargas.

Tanto que, para ficar só no âmbito radiofônico, a “botinadas” foi como os diretores das demais emissoras de rádio do Estado ligadas a Cassol disseram ter sido instruídos por “ordens superiores” a receber o próprio Moreira Mendes quando ele pretendeu comprar horários em que divulgar seu programa “A Hora do Compromisso”, produzido por sua assessoria e ainda reproduzido por umas poucas rádios do Estado que ousam resistir às determinações palacianas. Das rádios tidas como de propriedade de Cassol, portanto, Moreira Mendes e seu programa foram expulsos à “botinadas”.

Conquanto não se saiba como tem sido a reação do deputado nessas ocasiões, em Jaru, em outubro, “João do Óculos” não deixou barato. Passou uma descompostura no interlocutor e mandou avisar que dos 14 votos que controla na convenção do partido Cassol jamais haveria de contar com um.

2 – PROJETO CAHULLA

Quem não matou a charada é porque não sabe que, se for verdade o que o governador vem repetindo à exaustão, Cassol vai precisar cabalar cada um dos votos dos convencionais do PPS rondoniense para levar adiante o seu projeto de montar um palanque para seu vice-governador em 2010, de modo que ele (o vice) possa disputar a sucessão palaciana com o seu integral apoio. Eis que o vice-governador João Cahulla permaneceu filiado ao PPS após a extinção do prazo para mudança de partido para os que pretendem disputar as eleições do ano que vem e, pela lógica, as candidaturas da legenda estariam completamente interditadas a que tem tratado a agremiação e seus membros a golpes de botina. Ao menos no que depender de “João do Óculos”.

Não admira, pois, o paradoxo que salta aos olhos residente no fato de que, não obstante intensamente propalada, candidatura de João Cahulla ao governo de Rondônia em 2010, no que diz respeito ao partido do vice-governador, não chega a ser sequer uma postulação de pré-candidatura. É uma situação tão bizarra que, hoje, quem quiser saber de qualquer dos integrantes do PPS de Rondônia se a legenda tem um pré-candidato ao governo terá como resposta um sonoro e inequívoco não. Até o momento em que estes espasmos eletrônicos estavam configurando o que aparece como texto, nem Cassol, nem ninguém do Palácio Presidente Vargas – aí incluído, pasme o leitor, o próprio João Cahulla – encaminhou, oficial ou informalmente, qualquer conversa em nenhuma instância da agremiação a guisa de sondagem ou consulta sobre a viabilidade do projeto de fazer do vice-governador filiado ao PPS o candidato à sucessão no Palácio Presidente Vargas.

A coisa é tão estrambótica que, nas atuais circunstâncias, nem o próprio João Cahulla ousaria dizer que é pré-candidato do seu partido sequer a inspetor de quarteirão ou ao que quer que seja. E, no entanto, João Cahulla é o candidato ao governo de Cassol. Mas como não pode sê-lo sem o consentimento do partido, está armada a encrenca.

3 – ARRANJO PROBLEMÁTICO

Dir-se-á que isso seria verdadeiramente uma encrenca – e das grandes - para qualquer outro mortal na face do planeta – menos para Cassol. Na hora agá, como é do seu imperial inconfundível estilo, o governador rondoniense bate o pé e todos baixam a crista ao tonitroar das suas botinas. De fato. O próprio Moreira Mendes reconhece que não será fácil para o partido recusar a qualquer dos seus filiados uma candidatura ao cargo mais poderoso do Estado numa conjuntura em que o projeto inclui o apoio de uma estrutura de governo e do político mais popular que Rondônia terá conhecido – nas avaliações dos adversários mais figadais (PT e quejandos), os índices recentes da aprovação de Cassol passam dos 70 por cento.

Até aí, morreu o Neves. O que nem Moreira Mendes e nem ninguém sabe responder é como, na hipótese de que, após a lavação de roupa encardida, o PPS de Rondônia se mostre receptivo à proposta de Cassol, o arranjo daí eventualmente resultante vai ser harmonizado com o projeto de poder do PPS nacional.

Como não cansa de reiterar, a intenção do governador é montar, no Estado, um palanque para a candidata à Presidência Dilma Roussef, a ministra Chefe da Casa Civil de Lula, capaz de reduzir o aparato do PT rondoniense à condição de estrado.

No âmbito nacional, porém, o PPS está alinhado com o DEM e o PSDB esperando apenas que o tucanato se defina por um dos governadores da agremiação – o paulista José Serra ou o mineiro Aécio Neves – para botar o bloco na rua em defesa da proposta. Aliás, no final do mês passado os três partidos estabeleceram diretrizes para intensificação de propagandas com críticas ao governo federal e à candidatura Dilma. E aí?

Não há mais verticalização, mas a fidelidade partidária ganhou força. Ou seja, o PPS nacional pode, sem contemporizações, detonar a marmota Cahulla/Dilma e acabar com a brincadeira. Este, as botinadas de Cassol e outros qüiproquós vão ser abordados neste sábado, no encontro do PPS, no Hotel Fazenda Três Capelas, em Porto Velho. E como Cahulla confirmou presença, deve estar preparado para ouvir poucas e boas. A ver.

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