A polêmica da semana foi à viagem do Secretário Municipal de Turismo de Porto Velho, José Carlos Gadelha, à cidade de Guajará Mirim, onde teria participado de um esdrúxulo encontro político, intitulado de PED. 2009, em um avião particular.
À população não interessa o modelo, o prefixo, o tamanho, nem a cor do avião, tampouco se a grana para pagar o frete saiu da conta corrente de Gadelha, ou, então, do recheado caixa do PT.
Ter-se-ia o dinheiro saído das flácidas tetas da vaca chamada serviço público? É isso que a sociedade quer saber e exige, principalmente, por se tratar essa de conduta tantas vezes condenada pelo petismo, quando estava na oposição.
Agora, o que ninguém de bom senso consegue entender, é por que a cúpula do PT vem demorando tanto para esclarecer uma situação tão simples.
Fosse o viajante um adversário político, aí o petismo já teria colocado o falso bloco da moralidade pública nas ruas, espalhado cartazes, com frases de efeito, e distribuído nota de repúdio, exigindo o ressarcimento ao erário. Mas, como se trata de um “companheiro” de partido, secretário municipal e amigo do prefeito Roberto Sobrinho...
Não custa lembrar, contudo, que, quanto mais às pessoas se escondem para fazer alguma coisa, é sinal de que essa coisa tem sobejas razões para não aparecer à luz do sol.
Diz o aforismo popular nada temer quem nada deve. Se o PT não tem o que esconder, pois, então, que venha a público e esclareça de uma vez por todas essa trapalhada. Quanto mais tempo empurrar o assunto com a barriga, mais difícil será convencer a sociedade.
A população não pode continuar assistindo, tranquilamente, coisas absurdas, armadas por interesses eleitoreiros, graúdos e miúdos, que em nada se coadunam com as suas necessidades. Ela precisa sair às ruas para protestar pela moralização da vida pública.
São os vícios e erros cumulados no tempo que hoje engrossam a caudal da decadência moral, da desorganização administrativa e das perturbações sociais, que comprometem o futuro da Nação.
Em de vez de políticos passadistas, o que precisamos é de lideranças que se credenciem ao respeito da sociedade pela estatura do pensamento e da ação, pela retidão e pela competência.
Até que se prove o contrário, Gadelha é inocente. Mas se não pode negar que há alguma coisa estranha no ar. E, dessa vez, é avião.