Policiais militares filiados à Associação Tiradentes da Polícia Militar (Astir) procuraram a redação do Rondoniaovivo para denunciar o que eles chamam de “Manobra na Astir”. De acordo com eles, os quais preferem não se identificar para evitar represálias, a atual Junta Governativa da Associação pretende realizar uma Assembléia Geral Extraordinária nesta quinta-feira (30) para mudar o Estatuto e criar uma Fundação de Saúde somente para beneficiar gente do Governo e empresas ligadas à saúde.
Segundo os profissionais da segurança, os interventores perderam o prazo para registrar a Astir na Agência Nacional de Saúde - ANS, o que resultou numa multa de 800 mil reais para que a entidade se regularize. “Hoje o hospital da Astir, que funciona precariamente e registra até falta de material básico, opera ilegalmente, pois a atual Junta se recusa a pagar a tal multa”, afirmou um deles.
Fontes ligadas à Astir informaram que a Junta Governativa rescindiu o contrato com a CTS Consultoria que realizava um trabalho de regularização do Hospital junto à ANS. Dizem que propositalmente para provocar a mudança para Fundação.
Por conta dessa pendência, ainda conforme os policiais, a criação da Fundação de Saúde seria uma falência da Astir, sendo que os bens seriam repassados ao Governo que pretende fazer um hospital para servidores públicos. A partir daí, a Astir como Fundação funcionaria somente como emissora de guias médicas onde os serviços seriam prestados por hospitais ligados a convênios.
“Como Fundação, a entidade terá que atender a comunidade. Sendo assim, de que forma viriam os repasses do Governo? Continuaríamos a pagar essa mensalidade alta? E como ficariam os associados na fila de espera de ficha de atendimento, já que o hospital ficaria para o estado? Toda vez que era para decidir mudanças do Estatuto, as assembléias aconteciam também no interior, por que dessa vez não?”, indagou o grupo.
Sobre a mudança do Estatuto, eles afirmam que o propósito é somente para beneficiar o escalão superior, da possível Fundação. “Criação de fundação e mudança de Estatuto somente depois da Eleição de uma nova diretoria. Dessa forma que está sendo feita, é imoral. E para decidir questões grandes como essas, deviam fazer Assembléias também nos municípios do interior”, complementaram.