O direito do usuário – Por Valdemir Caldas

Da Redação

13 de Julho de 2009 às 14:22

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O direito do usuário – Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Com justificada carga de razão preponderante e que não pode, à luz da racionalidade, ser contestada, o usuário de transporte coletivo reclama do prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, do PT, medidas enérgicas para acabar com a balbúrdia que se instalou no sistema.

Além de ter que esperar até três horas numa parada para pegar uma condução, ou, então, andar em veículos, em sua maioria, sujos e caindo aos pedaços, o usuário corre o sério risco de ficar sem ônibus, a partir da próxima sexta-feira. Motoristas e cobradores decidiram, em recente assembléia geral, paralisar suas atividade, por tempo indeterminado. Mais uma vez, a corda arrebentará do lado mais fraco.

Já disse, reiteradas vezes, que não sou contra as greves, especialmente quando estas se destinam a reconquistar para aqueles que nelas se empenham, direitos que estejam sendo postergados.

Entretanto, coloco-me (e isso jamais escondi) contra os movimentos paredistas em que os mais prejudicados são as pessoas do povo, aqueles que não têm a quem recorrer quando veem paralisados serviços essenciais, sem os quais não pode passar.

Esperar que uma pessoa que recebe, mensalmente, pouco menos de quinhentos reais, possa pagar um táxi para ir e voltado do trabalho, diante de uma greve destinada a paralisar setenta por cento de um serviço pelo qual paga caro e antecipado, é exigir demasiadamente de quem vive na corda bamba sem ser malabarista. Pois é isso o que acontecerá com centenas de trabalhadores portovelhense, caso o prefeito não resolva chamar os empresários às falas.

Na hora de reivindicar aumento de tarifa, as desculpadas esfarrapadas são sempre as mesmas (preço de combustível, reposição de peças e pneus), mas, quando se trata de repassar aos salários dos trabalhadores aquilo à que eles têm direito, aí então os empresários dizem que não tem dinheiro. E o pior é que ainda há gente que acredita nessa lorota.

Ganhar o suficiente pelo que se produz é muito justo. Por isso mesmo, nunca me coloquei contra as reivindicações dessa ou daquela categoria. Mas deve haver da parte de empresários, motoristas e cobradores e, principalmente, do dirigente municipal (o cidadão que, durante a campanha eleitoral, prometeu acabar com o ônibus tele sena, mas que, até o momento, não fez absolutamente nada para mudar esse quadro medonho, senão engordar as já polpudas contas bancárias dos empresários com aumentos de tarifas), uma consciência cívica de que os usuários não podem continuar pagando o ônus sozinho, como vítimas, pela luta legítima de duas categorias em favor de melhorias salariais.

Direito ao esquecimento

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