Projeto original das Usinas do Madeira foi modificado para evitar impacto na Bolívia
Em resposta às constantes críticas do governo da Bolívia ao projeto das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, disse que as duas usinas não terão impacto em território boliviano. A EPE é uma empresa estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia.
Tolmasquim lembrou que o projeto do Madeira já foi modificado justamente para não afetar a Bolívia. O projeto original previa a construção de apenas uma usina, cujo lago seria oito vezes maior em área do que os lagos das duas usinas (Santo Antônio e Jirau) da nova versão do projeto.
"Abriu-se mão de gerar mais energia e a um custo menor, justamente para evitar impactos na Bolívia", afirmou Tolmasquim. Ele disse também que todos os documentos referentes ao projeto estão sendo encaminhados, via Itamaraty para o governo de La Paz.
Mais barato
Tolmasquim também revisou para baixo a estimativa de investimento necessário para se construir a usina hidrelétrica de Santo Antônio, cuja concessão será leiloada em outubro. A redução foi de cerca de 20%, passando dos R$ 11,89 bilhões previstos no estudo de viabilidade, feito pela Odebrecht e por Furnas, para R$ 9,512 bilhões.
"Constatamos, por exemplo, que não era preciso construir um aeroporto para a usina, já que Porto Velho (RO), já dispõe de um", afirmou. Tolmasquim explicou que o mesmo tipo de estudo para reduzir os custos está sendo feito com a usina de Jirau. "Estamos estudando a otimização das obras para colocar à disposição de todos os interessados um plano de investimentos mais enxuto", disse.
A EPE estima que as duas linhas de transmissão que levarão a energia das duas usinas do Madeira até Araraquara, no interior de São Paulo, deverão demandar juntas investimentos da ordem de R$ 10,4 bilhões.
Ele afirmou que o preço da energia que será gerada pelas usinas hidrelétricas do Rio Madeira será inferior ao que se estima para a energia da usina nuclear Angra 3. Isso significa, segundo Tolmasquim, que a energia das usinas de Rondônia deverá custar menos do que R$ 140 por megawatt/hora.