Trabalhadores em educação aprovam Dia Estadual de Luta e vão parar próxima segunda-feira (04)
Reunidos em assembléia no Sintero, na tarde desta segunda-feira, 28/05, os trabalhadores em educação estaduais aprovaram a realização de um Dia Estadual de Luta, marcado para o dia 04 de junho, quando serão paralisadas as atividades nas escolas em todo o Estado. A categoria acompanhará os demais servidores estaduais no dia estadual de paralisação, com a realização de manifestações na Capital e no interior. A paralisação é um protesto para que o governo volte a dialogar com os sindicatos e atenda às reivindicações. Além do reajuste salarial, o Sintero cobra a unificação do Plano de Carreira, aumento do valor do auxílio saúde, a volta do auxílio saúde aos aposentados, Gestão Democrática nas escolas e a implantação do Plano Estadual de Educação.
Na audiência da qual participaram líderes de 14 sindicatos de servidores estaduais, o governador Ivo Cassol disse que não concederia reajuste salarial aos servidores porque o Sintero entrou com Mandado de Segurança contra o governo exigindo o cumprimento da Constituição Estadual, que garante reposição salarial anual de 10% aos trabalhadores em educação. Tanto na audiência quanto na assembléia, a presidente do Sintero, Claudir Mata, deixou claro que a pauta de reivindicações dos sindicatos não tem nada a ver com a ação impetrada pelo Sintero.
“Com esse Mandado de Segurança questionamos o não cumprimento da Constituição Estadual por parte do governo. Se foi inserida uma Emenda à Constituição do Estado garantindo a recuperação salarial dos trabalhadores em educação, queremos que seja cumprida pelo governo”, disse Claudir. Ela esclareceu que a Emenda Constitucional, quando foi discutida, ainda em 2005, tinha como finalidade recuperar os salários da educação que encontram-se defasados em relação aos outros setores do Executivo. Só na gestão do governador Ivo Cassol a categoria acumula perdas salariais de 12%. A defasagem salarial da educação se comparada com os demais servidores pode ser verificada na folha de pagamento. Enquanto os trabalhadores em educação somam mais de 50% dos servidores estaduais, representam cerca de 30% da folha de pagamento do Estado.
Os diretores do Sintero que falaram na assembléia desta segunda-feira também explicaram que a ação movida pelo sindicato não deveria ser retaliada pelo governo, pois a Constituição garante a todos o direito de ação na Justiça, e que, contra qualquer ação cabe recurso. “Se o governo quer combater o Mandado de Segurança do Sintero, que entre com o recurso cabível, e não tente culpar o sindicato pela inexistência de uma política salarial para os servidores estaduais”, disse o presidente da CUT, Itamar dos Santos Ferreira.
Os trabalhadores em educação aplaudiram a disposição dos demais sindicatos de servidores de apoiarem a luta do Sintero, através da publicação de uma Nota Pública nos principais jornais de circulação estadual e nos principais sites da internet. Na nota os sindicatos cobram do governo uma nova audiência para discutir o atendimento das reivindicações de todas as categorias, e também, especificamente as reivindicações dos trabalhadores em educação.
Ficou decidido que no dia 04 de junho os servidores estaduais paralisarão as atividades em todo o Estado e realizarão manifestações públicas com diversas atividades em Porto Velho e nos Municípios do interior. Até lá a CUT e os sindicatos buscarão uma nova audiência com o governador. Da resposta a esse contato dependerá a deliberação por greve no serviço público estadual.