Dom Moacir denuncia: “No Brasil existe impunidade favorável aos ladrões do dinheiro público”
*O arcebispo de Porto Velho, dom Moacir Grechi voltou a denunciar hoje (05/06) a existência de uma “cultura de corrupção” no Brasil, gerada a partir da impunidade ou de eventual parcialidade e suspeição das forças policiais, Ministério Público e do Poder Judiciário, conforme amplas denúncias de Ongs transnacionais de Defesa dos Direitos Humanos, integrantes do Congresso Nacional e imprensa brasileira, ao longo da história republicana, pretérita e atual, reiteradas vezes. Suspeita-se que existe permanente preferência do MP e do Judiciário em punir os três pés: “preto, pobre e prostitutas” e beneficiar ricos ou os que acumularam milhões dilapidando o erário da União, Estados e municípios.
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“SEMEIAM VENTOS...”
*Durante o programa radiofônico “Amanhecer com a Ave Maria”, transmitido diariamente pela Rádio Caiari, às 5hs45 minutos e reprisado às 8 horas, dom Moacir citou exemplos de denúncias similares feitas pelo profeta Oséias - homem que viveu entre 750 a 722 antes de Cristo - contra corrupção de agentes públicos nos órgãos ou no conjunto dos Aparelhos Repressivos do Estado, apoiada por facções adeptas de “mercantilismo religioso” em troca de apoio financeiro ou cargos nos corrompidos Poderes do Estado. Autor da célebre máxima: “Os que semeiam ventos, colhem tempestade” (8:7), Oséias teve interesse especial em cobrar do Poder Judiciário e das instituições necessárias ao seu funcionamento menos parcialidade, corrupção, lentidão, incompetência e mais probidade.
*IMPUNIDADE FAVORÁVEL AOS “GRANDES LADRÕES”
*“Quando o Judiciário é incorruptível e justo, os pobres não são roubados, explorados. Se o Judiciário é duvidoso ou goza de má fama, o povo é explorado. É dever da Justiça levar em conta a verdade, proteger os bons cidadãos, o justo. Eu não aceito a cultura de corrupção que existe no Brasil”, disse. Dom Moacir acrescentou: “Temos impunidade assustadora para os grandes. É o que demonstram as denúncias de advogados, de alguns juízes e as estatísticas”.
*AUTORES DE ASSASSINATOS ESPERAM PRESCRIÇÃO
*Dom Moacir deixou espaço para questionamentos sobre os verdadeiros motivos que levam as forças policiais, MP e Judiciário punir ou prender pequenos infratores, enquanto criminosos do “colarinho-branco”, autores de homicídios esperam tranquilamente a prescrição da pena para crimes de homicídio qualificado, por exemplo, repetindo fraudes, apropriação indébita, formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, crimes contra a Previdência Social, legislação trabalhista e as mais variadas tipicidades delituosas. Diria-se que os ricos ou seus filhos e suas quadrilhas de bandidos não recebem condenação judiciária porque possuem dinheiro ou pertencem a famílias que se dizem ricas, mas na prática são compostas por quadrilheiros, falsários, assassinos e também ladrões de dinheiro público.
*RAMIFICAÇÕES DO CRIME ORGANIZADO EM RONDÔNIA
*Alguns dos melhores exemplos de crimes praticados por agentes públicos no Brasil foram as prisões efetuadas pela Polícia Federal durante a “Operação Anaconda”, quando agentes policiais, delegados, promotores, magistrados, advogados, empresários, doleiros e outros foram flagrados numa das maiores redes do crime organizado, o mesmo que teria ramificações variadas em Rondônia, segundo denúncias do governador Ivo Cassol (PPS) e dos senadores Fátima Cleide (PT-RO), Siba Machado (PT-AC) e Demóstenes Torres (PFL-GO).