A terra onde descansam os sem nome - por Luizinho Carvalho

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Foto: Divulgação

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Na busca dos diamantes mais raros e valiosos da América do Sul, os garimpeiros de todo pais vêm para Espigão do Oeste que é a principal porta de entrada para o garimpo da Terra Indígena dos índios da etnia Cinta Larga. *A esperança de encontrar um diamante raro e acertar a vida, movimenta a economia e a população pelas largas ruas da cidade. Não há sinais visíveis de riquezas trazidas pelo garimpo em Espigão. Há casos de doenças, violência e até sepulturas que são estranhos objetos reverenciados como se fossem monumentos e personagens que lembram que no garimpo Roosevelt se desenrola uma guerra de extermínio entre os que buscam a pedra boa, nome dado ao diamante raro. *Um desses símbolos são as 15 cruzes no cemitério municipal. Elas pertencem a garimpeiros mortos e não identificados no massacre dos 29 homens do ano passado. As cruzes dos sem-nome são um marco dentro desta guerra silenciosa em terras indígenas. A pouco mais de 120 kilometros do centro da cidade, em direção ao sol nascente, esta o garimpo. Ali é travada uma guerra sangrenta e silenciosa entre brancos e índios, um conflito movido por um dos mais cobiçados garimpos de diamantes do mundo. * As ricas jazidas da Reserva Roosevelt esta encravada no meio da floresta sobre uma rocha vulcânica característica das jazidas mais férteis, a Kimberlito. Por enquanto, integrantes da tribo e brancos tem peneirado apenas a parte superficial desse território, varrendo com jatos de água o cascalho atrás das pedras preciosas as margens do Rio Roosevelt e seus afluentes que irrigam o garimpo, Apesar da aparente calma que reina no local, mais de 3500 homens trabalham febrilmente na busca da pedra. *Enquanto isso os guerreiros Cinta Larga ocultados no meio do mato observam onde estão e o que estão fazendo os garimpeiros, principalmente aqueles que entram ilegalmente na área pela chamada varação. A luta que ali se trava tinge de sangue os diamantes que servem como moeda para a compra de imóveis, carros importados, armas e drogas. Enquanto isso o município segue ficando apenas com os problemas gerados por essa guerra fratricida, aumentou os casos de atendimento na rede hospitalar, os números de violência mais que dobraram na região. *Mas os lucros, aquele que alavancaria mais rapidamente o progresso do município, esse é contrabandeado, saindo pelos inúmeros campos de pouso clandestino que cortam a reserva indígena. *Hoje faz dois anos que aconteceu essa chacina até hoje não esclarecida, onde cidadãos não perderam apenas a vida, perderam a identidade e o direito de terem um nome em sua lápide.
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