Morte de Max Nunes deixa o humor brasileiro definitivamente de luto
Foto: Divulgação
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Na véspera da estreia da seleção brasileira entrar em campo para a tão esperada abertura da Copa do Mundo 2014, o Brasil amanheceu de mau humor e triste com a notícia do falecimento, aos 92 anos, do genial Max Nunes, um dos maiores humoristas nacionais e criador e redator do famoso programa Balança, mas não cai, sucesso na década de 50 no rádio e nos anos 60 e 70 na televisão.
Max passou pelas rádios Nacional – onde trabalhou ao lado da cantora Marlene – e Tupi – onde escreveu para o “Uma Pulga na Camisola”. Na Nacional, Max criou o programa humorístico “Balança Mas Não Cai” adaptado para a televisão pela primeira vez na Globo, em 1968. Em 1972, também teve uma versão produzida pela TV Tupi. Dez anos depois, voltou à grade de programação da emissora, com novos personagens e cenários. Foi um grande sucesso de audiência no Rio, em parte por trazer do rádio personagens conhecidos do grande público, como o Primo Pobre (Brandão Filho) e o Primo Rico (Paulo Gracindo). O programa também eternizou expressões populares, como a do personagem Peladinho – "Mengo, tu é o maior!" –, que deu origem ao apelido do Clube de Regatas Flamengo.
Nascido em 17 de abril de 1922, no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, Max Newton Figueiredo Pereira Nunes era vizinho do cantor e compositor Noel Rosa. Quando criança participou de concursos em rádios, onde ganhou o apelido de ‘Gargantinha de veludo’. Max se formou em Medicina pela atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no final dos anos 40, e trabalhou como cardiologista. O redator foi, inclusive, diretor do Instituto Brasileiro de Cardiologia.
No teatro, escreveu cerca de quatro dezenas de peças como “Nonô Vai na Raça” e “Aperta o Cinto”. Max foi ainda colunista de jornais como “Tribuna da Imprensa”. A carreira na televisão, porém, foi a que deu ao redator maior visibilidade. Ele criou atrações como “My Fair Show” e “Times Square” (na Excelsior), “Riso Sinal Aberto”, “Bairro Feliz” e “TV0-TV1″ (todos na Globo), além da primeira versão de “A Grande Família”. Ele chegou ainda a lançar livros – entre os quais “O Pescoço da Girafa”.
Ainda na Globo, Max Nunes foi o responsável por humorísticos revolucionários como “Faça Humor, Não Faça Guerra”, “Satiricom”, “Planeta dos Homens” e “Viva o Gordo”. Em 1988, já no SBT, prossegue a parceria com Jô Soares em “Veja o Gordo” e “Jô Soares Onze e Meia”. No retorno à Globo, em 2000, passa a atuar como redator do “Programa do Jô”. Aliás, Jô Soares aprendeu muito com o mestre Max, a quem chamava de gênio. E com toda razão. O humor de Max era sempre afiado e sua força criativa era absolutamente inesgotável com suas tiradas espirituosas e surpreendentes.
A carreira de Max Nunes não esteve ligada completamente ao humor. Pouca gente sabe ou lembra, mas foi ele quem compôs ‘Bandeira branca’ em parceria com Laércio Alves e imortalizada na voz de Dalva de Oliveira, no Carnaval de 1970.
Humberto Oliveira, jornalista
Com a morte do mestre Chico Anísio e agora do mestre Max Nunes o humor brasileiro, definitivamente ficou de luto. Resta aos pseudos humoristas apenas lembrar e referenciar os melhores, que infelizmente se foram, e aceitar a realidade. Ou seja. Que eles terão de comer muito feijão para chegar pelo menos aos pés da genialidade destes dois grandes monstros sagrados. Fazer rir é uma arte. Agora, fazer rir e pensar, bem amigos, ai é outra história.
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