O Brasil perde os mestres Dominguinhos e Djalma Santos - Por Humberto Oliveira
Foto: Divulgação
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O Brasil perdeu ontem (23/07) um dos seus maiores expoentes, não apenas da música nordestina, mas da música universal, pois Dominguinhos trazia em sua sanfona aquela musicalidade que vai muito além de um rótulo ou de um gênero. Legitimo e reconhecido herdeiro do “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, Dominguinhos brilhou, com méritos, pelo talento e versatilidade. Foi parceiro de grandes nomes da nossa música, entre eles, Chico Buarque, com quem compôs pérolas como Xote da navegação e a linda Tantas palavras, que foi feita para Roberto Carlos, que ficou anos com a fita e nunca gravou. A primeira esposa, Anastácia, é uma de suas grandes parceiras. Com ela compôs clássicos como Eu Só Quero um Xodó e Tenho Sede, ambas gravadas por Gilberto Gil.
Dominguinhos sempre teve um carisma inapelável. Com seu jeito de bom moço nordestino, o sanfoneiro, excelente intérprete e compositor de mão cheia, parceiro de grandes medalhões da MPB. A história do menino imigrante de Garanhuns, em Pernambuco, que foi com a família para o Rio de Janeiro (primeiro para Nilópolis, onde trabalhou por muito tempo como entregador de tinturaria) e se tornou um astro nacional da sanfona. Mas não da noite para o dia.
A influência do mestre Gonzagão faz-se sentir em várias passagens. Afinal, foi o velho “Lua”, já famoso, que o incentivou pela primeira vez em sua Garanhuns natal, dando-lhe dinheiro para que comprasse um instrumento novo e fornecendo o endereço no Rio de Janeiro, para o caso de um dia o menino querer aparecer. O menino apareceu, e ganhou uma sanfona profissional do Rei do Baião. "Depois disso nunca mais passei fome", diz Dominguinhos numa entrevista, acrescentando que "todo sanfoneiro tem um pouquinho de Luiz Gonzaga". Outra figura importante em sua carreira, Pedro Sertanejo. Dono da gravadora Cantagalo, de São Paulo, ele foi o principal incentivador de seu primeiro LP, Fim de Festa, de 1964.
Além da sanfona, Luiz Gonzaga deu amizade e companheirismo ao novato Dominguinhos (inicialmente conhecido como Neném da Sanfona). Foi padrinho do primeiro casamento e do primeiro filho do músico, apesar dos protestos com que recebeu a notícia de que o pernambucano se casava aos 17 anos de idade.
A notícia da morte de Dominguinhos, naturalmente deixou o Brasil e todo o meio musical muito triste. Posso definir esta tristeza por meio das palavras do professor Wallace So – assim como eu, um admirador da boa música. "Hoje meu coração ficou triste, a dor da saudade já começou. Meus ouvidos relembram o som do acordeom e a voz gostosa de Dominguinhos, sua nordestinidade, sua simplicidade e principalmente a sua melodia tão natural em suas canções. Ontem esse nordestino querido pagou as duas dracmas ao barqueiro e fez a sua passagem. Deus acordou no céu ouvindo um forró arretado".
Além da música, o futebol (o de verdade) perdeu nesta terça-feira, um dos seus grandes jogadores, Djalma Santos, o maior lateral de todos os tempos. Bi-campeão pela Seleção Brasileira (nas copas de 1958 e 1962). Segundo o craque, o melhor momento de sua carreira foi sua participação na partida em que o Brasil venceu a Suécia, pais sede da copa de 58.
Djalma Santos ainda seria titular em mais dois Mundiais. Na campanha do bicampeonato da Seleção, em 1962, no Chile, e na Copa do Mundo de 1966, quando os brasileiros foram eliminados por Portugal, time liderado pelo atacante Eusébio.
Além do destaque dentro dos gramados, o maior ala direito de todos os tempos ainda quebrou um importante recorde pela Seleção. Djalma Santos foi o primeiro atleta a superar a marca dos 100 jogos com a camisa canarinho. Em seu currículo, constam 110 partidas, quatro Copas do Mundo (dois títulos) e três gols com a camisa verde-amarela.
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