IRREGULAR: Empresa descarta lixo, inclusive material hospitalar, em setor chacareiro

Membro de associação dos moradores diz que prática é corriqueira; sócio da companhia nega que resíduos pertençam a firma

IRREGULAR: Empresa descarta lixo, inclusive material hospitalar, em setor chacareiro

Foto: Acervo pessoal de Eliel Oliveira

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Um morador de Porto Velho (RO) entrou em contato com o Rondoniaovivo para expor um caso de descarte irregular de lixo, incluindo de materiais hospitalares. Na terça-feira (14), o jornal ouviu Eliel Oliveira, morador do setor chacareiro próximo ao Cemitério Recanto da Paz, no KM 09 da BR-364.
 
Oliveira relatou que, na manhã do último domingo (12), alguém descartou o lixo na entrada do setor chacareiro. “Não é a primeira vez que isso acontece. Há cerca de 15 dias atrás tivemos que recolher um caminhão com tanto lixo que tinham jogado”, afirma o morador.
 
 
FOTO: Seringas não utilizadas e embalagens de produtos médicos foram registrados por morador / Acervo de Eliel Oliveira
 
 
Caixas de papelão, carcaças de eletrônicos, seringas fechadas, embalagens de materiais hospitalares, baterias e até um estimulador elétrico de fisioterapia foram descartados no local. Algumas das embalagens jogadas na região carregam o nome da Socibra/Medical da Amazônia LTDA, uma distribuidora de Porto Velho, que vende produtos de papelaria e saúde na capital.
 
 
 
FOTO: Na internet, o estimulador elétrico Medcir chega à custar R$ 2.500,00 / Acervo pessoal de Eliel Oliveira
 
 
“A última vez que isso aconteceu, conseguimos anotar a placa do caminhão que estava descartando o lixo e nós [moradores do setor] fizemos um boletim de ocorrência. A pessoa que descartou teve que voltar e recolher o lixo”, contou Oliveira. “Dessa vez, não conseguimos ver quem foi que jogou o lixo - mas é a mesma empresa da última vez, por que as etiquetas tem o mesmo nome.”
 
A reportagem teve acesso ao boletim de ocorrência à qual Oliveira se refere. O documento, registrado no dia 11 deste mês, cita as duas empresas e descreve um cenário similar ao que o morador contou ao jornal.
 
Numa tentativa de parar com o descarte de lixo, a associação de moradores do setor do Recanto da Paz colocou uma grande placa na entrada do local que diz: "Proibido jogar lixo e entulho neste local. O descarte irregular é crime, gera multa e pena de reclusão - Previsto na Lei Federal de Crimes Ambientais 9605/98 Art. 54.”
 
 
 
FOTO: Acervo pessoal de Eliel Oliveira
 

OUTRO LADO

Procurado pelo Rondoniaovivo, Erick Rocha, sócio-administrador da Socibra/Medical da Amazônia LTDA, afirmou, via telefone, que a empresa não descarta nenhum tipo de lixo (seja comum ou hospitalar) de forma incorreta. Rocha também disse que a empresa tem contratos com uma empresa coletora de lixo, a Preserva Tratamento de Resíduos, que é responsável por recolher e incinerar os resíduos especiais. 
 
“Recebi fotos e vídeos do local, onde tinham apenas caixas de papelão com a etiqueta e o código de barras [da empresa]. Descartar o lixo no setor chacareiro seria muito mais caro pra mim do que fazer o que a legislação municipal já me obriga a cumprir.”, declarou Rocha.
 
 
 
FOTO: Rejeitos carregavam nome e logomarca da empresa / Acervo pessoal de Eliel Oliveira 
 
 
O empresário também informou ao jornal que, depois que um morador do setor visitou a Socibra, ele pediu que um caminhão fosse colher os materiais. Rocha também enviou ao jornal, por mensagem de Whatsapp, vídeos e fotos exemplificando o processo de descarte realizado pela empresa. 
 
O jornal procurou a Preserva, para questionar a política de coleta e descarte da empresa. A reportagem conversou com um gerente da empresa, que garantiu que a firma não é responsável pelo lixo deixado no Recanto da Paz - e também não confirmou, ou negou, de imediato que presta serviços para a Socibra.
 
O representante também explicou que a Preserva tem um processo de coleta rigoroso, onde os resíduos são recolhidos, pesados e então incinerados.
 
É importante ressaltar que o lixo que estava no setor chacareiro foi recolhido antes mesmo do fechamento deste conteúdo. Os moradores, entretanto, dizem não saber qual caminhão recolheu os resíduos.
 

ATUALIZAÇÃO 

Depois da publicação deste material, o gerente da Preserva Tratamento de Resíduos voltou a entrar em contato com a reportagem do Rondoniaovivo, às 17:43 de terça (15).  Após consultar os contratos da Preserva, o gerente afirma que, contrário ao que disse Erick Rocha, a empresa não presta serviços para a Socibra/Medical da Amazônia LTDA. 

 

O jornal, às 18:00 do mesmo dia, tentou contato novamente com Erick Rocha. Os telefonemas caíram na caixa postal. O conteúdo será atualizado novamente, assim que a redação conseguir uma resposta.

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