Em conversa telefônica com jornalistas, secretário de Estado americano criticou a dependência da China e negou que governo esteja impedindo recursos do combate à doença de chegarem a outros países
Foto: Divulgação
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O Brasil poderá contar com o apoio dos Estados Unidos para conseguir itens importantes no combate ao coronavírus, mas terá de esperar que a situação melhore no território americano antes. A informação é do secretário de Estado, Mike Pompeo, revelada pelo Globo.
O chefe da diplomacia americana afirmou hoje que o “povo brasileiro pode contar com os Estados Unidos” para conseguir equipamentos de proteção individual, respiradores e testes, cuja produção industrial está crescendo internamente nos EUA. Isso acontecerá, segundo Pompeo, quando os Estados Unidos tiverem “começado a melhorar”.
— Quando chegarmos lá, acho que o Brasil deve saber que nós faremos tudo o que pudermos para garantir que tenham o que precisam.
A expressão que o secretário usou para se referir a quando o país começará a ajudar o Brasil com equipamento foi turn the corner, utilizada em inglês em relação a momentos em que começa a recuperação a partir de uma situação difícil.
Durante conversa telefônica com jornalistas nesta terça-feira, da qual O GLOBO participou, o secretário Pompeo afirmou que “todos nós estamos tentando garantir que tenhamos tudo o que precisamos nestes tempos desafiadores”.
Há duas semanas, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, afirmou que compras brasileiras haviam sido canceladas depois que os Estados Unidos negociaram o envio de mais de 20 aviões à China para buscar suas próprias aquisições de equipamentos de proteção.
— Nós estamos tentando ajudar a todos. Os Estados Unidos estão tentando garantir que terão equipamento para seu próprio povo, é isso que todos os líderes estão fazendo, é isso que o presidente Bolsonaro está fazendo, é isso que os países da América Latina estão fazendo. Eles (os países) querem garantir que tenham tudo que seus países precisam.
Pompeo pôs o foco na resposta sobre as compras brasileiras canceladas na China sobre o governo daquele país. O secretário afirmou que a crise do coronavírus permitiu identificar um risco que é “depender do Partido Comunista Chinês para tantos dos nossos recursos, tantas das coisas de que precisamos em tempos de crise”.
— Eu acho que todos os países, que os Estados Unidos, o Brasil, os países europeus… todos precisarão garantir que, caso este dia chegue de novo, que nós tenhamos indústrias manufatureiras, que não tenhamos que depender de um país ou do Partido Comunista Chinês. Esta é uma lição importante que será aprendida a partir desta crise.
Ele acrescentou que os EUA farão “o possível para apoiar o Brasil enquanto o país atravessa os próximos dias e semanas” diante da pandemia.
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