Jovens usam anestésicos para cavalo como entorpecente

Jovens usam anestésicos para cavalo como entorpecente

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Foto: Divulgação

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A quetamina, Special K ou, simplesmente, “K” - medicamento veterinário usado para fins anestésicos, com efeito hipnótico - não é uma substância recém-descoberta.

Em 2001, a banda inglesa Placebo já comparava o uso da droga por humanos a uma decepção amorosa em sua canção "Special K", descrevendo a impotência do usuário diante da ação da substância: “Estou na areia movediça. Gravidade. Sem escapatória, gravidade”. Embora popular nas raves da Europa, o uso da droga sintética é um fenômeno recente no Brasil - e já levanta um alerta sobre a recente onda de consumo entre os jovens do Recife.

Em conversa com o NE10, duas pessoas que já utilizaram o medicamento como droga recreativa declararam que, entre outros efeitos, a quetamina proporciona a sensação de perda de controle do próprio corpo. A venda ilegal da substância - capaz de anestesiar quatro cavalos com apenas um vidro - culminou na prisão do veterinário Alberto da Costa Campos Neto, de 44 anos, detido em um estacionamento na Avenida Rosa e Silva, Zona Norte do Recife, na última sexta-feira (23).

O veterinário foi abordado e detido ao tentar repassar mais de 400 comprimidos do anestésico. De acordo com o gestor do Departamento de Repreensão ao Narcotráfico (Denarc), Leonardo Freire, o suspeito já teria dado indícios de que estava em posse de drogas e a polícia já tinha algumas informações, bem como suas características. “Durante a abordagem dos policiais ele já foi mostrando a substância e informando que se tratava de ecstasy. Já no departamento, fizemos alguns exames com a perícia e foi identificada a substância quetamina, que ele só deveria vender sob retenção de receita. Por este motivo, ele foi autuado por tráfico de entorpecentes”, contou. De acordo com Leonardo, a substância, vendida originalmente em forma líquida, foi apreendida pela primeira vez em Pernambuco sob a forma de comprimidos. O caso só foi divulgado pela polícia na manhã desta terça (27). Campos Neto foi encaminhado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima.

“Na realidade, como toda substância farmacêutica, essa droga purificada se apresenta como um pó branco. Ele possivelmente utilizou-se desse pó branco, empregando os conhecimentos que tem - por ser veterinário e ter a possibilidade de adquirir a droga legalmente -, aglutinou mais algumas substâncias, colocou um corante, prensou em uma prensa para comprimidos artesanal e estava repassando como ecstasy”, explicou o perito criminal Adenaule Geber de Melo.

Embora o gestor da Denarc acredite que a droga viesse a ser comercializada em raves, camarotes e festas durante o Carnaval, uma das fontes, que pediu para não ser identificada, garantiu que a quetamina está sendo utilizada como droga recreativa em qualquer circunstância: “Não existe um motivo para usar, eles usam até em casa, quando não estão fazendo nada”, contou a personagem do vídeo desta reportagem.

Nossa equipe tentou comprar a quetamina em pet shops e lojas veterinárias na Avenida Caxangá, na Zona Oeste da capital pernambucana, porém, os estabelecimentos que trabalhavam com a droga alegaram que não a venderiam sem prescrição médica.

SINTOMAS - Diferente do ecstasy, o “K” é um anestésico e não causa o mesmo efeito de excitação, mas sim de depressão. Ambas produzem alucinações, que é o efeito procurado entre os usuários. “Essa alucinação pode ser auditiva, ou seja, você escutar sons que não existem; táteis, promovendo sensações que não existem na pele; ou visuais, provocando visões que não são reais e que podem até desencadear um acidente”, expôs Adenaule. A quetamina induz um estado psicótico que se assemelha a casos de esquizofrenia. O perito alerta que muitos usuários utilizam a substância unicamente para “desfrutar” dos efeitos alucinógenos. No entanto, a droga, bastante potente, causa depressão profunda e pode provocar coma ou, até mesmo, a morte do indivíduo por parada cardíaca ou respiratória.

TRÁFICO - Uma das formas mais comuns de comercialização da droga em Pernambuco é feita pelos próprios usuários. “Um compra a ampola em uma clínica veterinária, prepara, e aí eles vão distribuindo entre si”, contou uma fonte. De acordo com o gestor da Denarc, o comércio ilícito da droga é considerado tráfico de entorpecentes e está previsto na lei 11.343 art. 33, podendo gerar uma pena de 5 a 15 anos de prisão. “Uma pessoa pode ser presa em flagrante repassando a droga, mesmo que de forma gratuita”, complementa Leonardo. Para denunciar a venda ilegal da substância, ele orienta ligar para o Denarc, através do número 3184.3402.

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