Polícia flagrou em telefone mensagens eróticas que religioso trocava com menino de 14 anos
Foto: Divulgação
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Um padre do município de Formiga, no Centro-Oeste do Estado, confessou, em depoimento prestado à Polícia Civil nessa quarta, ter cometido crime de pedofilia contra um adolescente de 14 anos. A vítima costumava jogar futebol com o religioso e sofria os abusos desde o mês de junho deste ano. O nome do suspeito não foi divulgado, e, apesar da confissão, ele permanece solto em função de não ter havido flagrante.
Segundo a delegada Luciana de Sousa Silva, do Juizado Especial e de Proteção à Família de Formiga, o assédio acontecia por meio de mensagens trocadas por celular e de perguntas postadas em um site de relacionamentos. “Ele (o padre) fazia perguntas do tipo ‘você se sente envergonhado de excitar uma pessoa do mesmo sexo?’”, exemplificou a policial.
O padre, que estaria afastado da Igreja Católica há quatro anos, chegou a sugerir sexo oral e a pedir que o garoto gravasse um vídeo, nu da cintura para baixo. O homem ainda era responsável por uma quadra onde várias crianças praticavam esportes. “A vítima não chegou a enviar imagens, e os dois não tiveram relações sexuais”, disse a delegada, destacando que a atuação da polícia impediu um possível abuso.
Denúncia. A mãe do garoto foi quem procurou a polícia, após o menino contar o que estava acontecendo. A partir da denúncia, a delegada solicitou um mandado de busca e apreensão e foi até a casa do suspeito. Lá, foram achados um notebook e um celular contendo as mensagens trocadas entre o padre e o menino.
“Não encontrei conteúdo pornográfico no computador”, afirmou a delegada Luciana, que foi ao local acompanhada de um perito.
Durante o depoimento, o suspeito chegou a falar que tinha interesse em manter uma relação com o garoto. Por outro lado, o padre também afirmou que gostaria de pedir perdão por suas atitudes.
A Polícia Civil ainda vai ouvir os outros meninos que jogavam bola com a vítima e o suspeito. Além disso, serão feitas diligências na cidade onde ele estava morando. Conforme Luciana, o suspeito nasceu em Formiga, mas morava em outro município, que ela preferiu não revelar o nome. Há um ano ele voltou para a cidade natal, onde tem família.
Por enquanto, a delegada não pretende pedir a prisão provisória do padre. Porém, de acordo com ela, se outros casos de abusos cometidos por ele aparecerem, o quadro poderá mudar. O prazo para que o inquérito seja finalizado é de 30 dias. Inicialmente, o homem deve ser indiciado por pedofilia branda. A pena para esse tipo de crime é de um a três anos mais multa arbitrada pelo juiz.
Proteção
Distância. A delegada Luciana de Sousa Silva informou que vai entrar com pedido de medida cautelar para impedir que o padre se aproxime do garoto e frequente determinados locais.
Rastros virtuais são as provas
A internet pode ter um lado positivo e outro negativo em relação à pedofilia, na opinião de Marcelo Ribeiro, vítima do crime que lançou recentemente o livro “Sem Medo de Falar – Relato de uma Vítima de Pedofilia”. “A rede facilita a prática, mas deixa provas”, explicou.
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