O desempenho nada animador do comércio entre janeiro e março empurrou para o 2.º trimestre um problema: estoques altos de produtos mais caros e quase sempre adquiridos pro meio de financiamento, como, por exemplo, eletroeletrônicos, móveis, computadores e
Foto: Divulgação
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Perna curta – Nos discursos que tem feito pelo Brasil afora, com o objetivo de alavancar sua complicada campanha à reeleição, Dilma Rousseff tem falado em crescimento do País e garantido que a economia nacional está em rota de recuperação. Enquanto a presidente e dublê de candidata insiste em mentir para o eleitorado, os números da economia mostram um cenário antagônico.
O desempenho nada animador do comércio entre janeiro e março empurrou para o 2.º trimestre um problema: estoques altos de produtos mais caros e quase sempre adquiridos pro meio de financiamento, como, por exemplo, eletroeletrônicos, móveis, computadores e celulares. Com o fraco movimento do setor no Dia das Mães – a principal data do ano para os comerciantes depois do Natal – a expectativa dos empresários é que o encalhe de produtos crie dificuldades para o varejo até o meio do ano, comprometendo ainda mais a indústria, que encerrou o mês de março com estoques elevados na maioria dos segmentos. A esperança está nas vendas atreladas à Copa do Mundo, mas apenas na seara dos televisores.
Em outra ponta do País de Alice, aquele das fabulosas maravilhas, o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor revelou alta de 2,4% em abril, na comparação com o mês anterior. Trata-se a sexta alta mensal ocorrida nos últimos sete meses, ou seja, desde outubro de 2013. Na análise anual – abril de 2014 contra o mesmo mês do ano anterior – o índice registrou queda de 2,2%. No acumulado do primeiro quadrimestre de 2014, a inadimplência está 2,6% menor que o mesmo período do ano passado.
Apesar de a inadimplência ainda gravitar em patamar mais baixo neste ano, na comparação com 2013, a sequência de altas mensais mostra revela que os consumidores enfrentam cada vez mais problemas para honrar os compromissos nas datas aprazadas. Para esse cenário preocupante contribuíram a alta da inflação e taxas de juro cada vez mais elevadas. Esse binômio deve ficar mais perigoso com a queda contínua de credibilidade do governo e da presidente Dilma Rousseff.
Quando, em dezembro de 2008, o então presidente Lula apelou ao consumismo para, segundo ele, combater os efeitos colaterais da crise internacional, o editor do ucho.info foi acusado pelos palacianos de torcer contra o país apenas por criticar a medida, alertando para o perigo de estimular a economia apenas na base do consumo interno.
Para piorar o que é já é ruim, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou, nesta segunda-feira (19), a mais recente pesquisa sobre a confiança dos empresários brasileiros na economia e nas respectivas empresas. De acordo com a CNI, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) caiu para 48 pontos em maio, com base em levantamento que ouviu 2.582 empresas entre os dias 5 e 14 de maio.
Maio foi o segundo mês consecutivo em que o ICEI ficou abaixo dos 50 pontos. Segundo a metodologia da pesquisa, o indicador varia de zero a cem, sendo que valores abaixo de 50 indicam falta de confiança. De acordo com a CNI, o índice é utilizado para identificar mudança de tendência na produção industrial, uma vez que empresários confiantes normalmente aumentam o investimento e a produção para atender eventual elevação da demanda.
Conjugados apenas esses três fatores, até porque existem outros tantos sobre a débâcle da economia verde-loura, não é errado afirmar que Dilma passou a abusar de maneira acintosa da mitomania. A presidente, que já não dorme por conta de uma campanha eleitoral recheada de problemas e fantasmas, não se incomoda em mentir cada vez mais.
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