A comunidade Indígena Cinta Larga da extensão da aldeia de João Bravo conhecida como Ponte está revoltada com o atendimento de saúde daquela aldeia. O líder maior da comunidade, o cacique João Bravo informou que irá tomar providencias a esse respeito.
A Fundação Nacional de Saúde – Funasa que responde pelo atendimento a saúde do índio não está dando a assistência correta aos indígenas. “Na aldeia faltam remédios, enfermeira e agente indígena de saúde”. João Bravo denunciou ainda que a pessoa escolhida para ser monitor de saúde índio não está ficando na aldeia. Por essa questão a comunidade solicita que seja escolhido outro agente índio para fazer o trabalho. “Queremos que ele more na aldeia e que faça um bom trabalho no atendimento à saúde”. Questionou o velho líder.
João Bravo fez questão de mostrar o posto de saúde construído pela Funasa, mas que até agora não funcionou a contento. “A Funasa construiu um posto de saúde na aldeia para melhorar a saúde, mas não está sendo cumprido, o estabelecimento fica mais fechado do que atendendo”. Outra questão apontada por João Bravo são os remédios, o pouco que tem na sua maioria está no fim do prazo de validade isso por falta de enfermeiro para fazer a aplicação. “Parente não pode se automedicar, pois não temos conhecimento na área de saúde”. Contrariado com a falta de compromisso das autoridades, João Bravo continuou a falar do descaso da saúde por parte da Funasa.
“Agora começam as chuvas e vamos ficar aqui isolados, sem transporte, remédios e médicos. Enquanto isso idoso e crianças morrem sem assistência necessária. Parentes estão ficando doentes sem ter o acompanhamento de um profissional. Muitas vezes são levados para a Casa de Apoio ao Índio – Casai e também não somos bem atendidos, ficamos dias a espera de um atendimento principalmente do povo Cinta Larga. Várias vezes acontecem de o índio vir a óbito por não receber o atendimento correto. Por falta de transporte temos que pegar carona até a cidade e então ligar para a Casai para mandar carro buscar índio, mas acontece que nunca tem carro para atender índio, todo dia carro está quebrado ou sem combustível. Parentes reclamam que o Pólo Base onde fica a Casai é muito precária, falta higiene nos quartos, o atendimento também é feito com desrespeito para com o índio”.