Muito se tem falado sobre metaverso, mas afinal de contas o que isso significa? Metaverso é um termo usado para indicar um mundo virtual e paralelo, compartilhado por todos, apoiado em diferentes tecnologias como realidade aumentada e virtual e dispositivos com acesso à internet.
O Metaverso pode ser dividido em dois ambientes: as tecnologias ou infraestrutura habilitadoras para o mundo virtual funcionar e o ecossistema ou o mundo em si. Mas e as profissões, o que muda com o metaverso?
No ambiente das tecnologias e infraestrutura, o metaverso será baseado na conectividade 5G, computação de alta capacidade e velocidade na nuvem, dispositivos de realidade aumentada como óculos de VR/AR, entre outros. Desta forma, aqui todas as profissões relacionadas com tecnologia fazem sentido, como engenheiros, técnicos eletrônicos, desenvolvedores, entre outros.
Do lado do ecossistema, temos o desenvolvimento de cenários virtuais, avatares e hologramas, integração de serviços virtuais e reais que vão fazer o mundo virtual “funcionar” de maneira correta, portanto aqui vale pensar em profissões que combinam negócios, serviços, tecnologias e plataformas digitais.
De acordo com André Gildin consultor de inovação e coordenador do MBA Marketing do clássico ao digital do IPOG as profissões vão ficar cada vez mais diversificadas e o que passará a valer é a conexão entre diferentes capacidades e formação, com ciências humanas combinadas com tecnologia, ciências biológicas combinadas com desenvolvimento humano e assim por diante.
“Cada vez mais o profissional deverá se preocupar em ter uma formação de hard e soft skills, com Ciências Computacionais (Dados), Ciências do planeta, Ciências econômicas e gestão, Ciências humanas”, declara Gildin.
Afirma ainda que novas profissões devem surgir e no geral serão associadas ao desenvolvimento do mundo virtual, como serviços, cenários, além de todas relacionadas ao desenvolvimento da infraestrutura. Entre elas, André Gildin destaca algumas novas profissões, como:
Desenvolvedor de cenários no metaverso - com habilidades de programação, gaming, deep learning e computação gráfica.
Estrategista do metaverso - com conhecimento de modelos de negócios e tecnologias combinadas e análise de dados.
Marqueteiro do metaverso – como atrair, engajar e converter, com capacidade de storytelling no mundo virtual e combinado com o real, diferentes tipos de propaganda e comunicação.
Desenvolvedor de parcerias e ecossistemas - que possam combinar dispositivos de VR com serviços virtuais
Especialista em segurança de dados e cybersecurity - tanto do mundo virtual como real
Especialista em hardware e dispositivos eletrônicos - para projetar melhor experiência no uso de dispositivos que combinam câmeras, projeção de imagens sensores e óculos virtuais.
Especialista em finanças virtuais - com conhecimento de moedas virtuais e mineração, NFT, mercado financeiro e de capitais
Corretor de imóveis virtuais - para negociação, compra e venda de espaços virtuais
Professor ou treinador de avatar - capacitação no mundo virtual
O Metaverso deve mexer com tudo, e na verdade este tem sido um negócio para as grandes empresas de tecnologia neste momento. Todas elas, como Meta (Facebook) , Microsoft, Amazon, Epic Games, Apple, Niantic, Nvidia, entre outras, já estavam investindo principalmente em tecnologias habilitadoras , como dispositivos, óculos VR, datacenters, computação de alta performance e agora, principalmente após a iniciativa feito pelo Mark Zuckerberg, lançado em outubro/21 a Meta e o metaverso, todas estão passando a investir no universo virtual, construído cenários virtuais, iniciando parcerias para possibilitar que a vida virtual seja desenvolvida, com introdução de serviços e componentes virtuais.
Os maiores “metaversos” atuais estão no mundo dos games, com Fortnite e Roblox na dianteira.
Enquanto o modelo não se solidificar e provar que a tecnologia atual é suficiente para habilitar o mundo virtual e que existe um modelo de negócios que possa combinar o mundo real do virtual, este continuará sendo um negócio para as big tech somente. No entanto, as empresas de software e serviços devem começar a se preparar para este mundo virtual.
De acordo com André a perspectiva de mercado é de 3 a 5 anos para que o modelo comece a fazer sentido “e eu diria que o mundo virtual propriamente dito, se tudo der certo, deve gerar negócios e empregos somente daqui a 3 a 5 anos ou mais. O Metaverso pode se tornar mercado de US$1trilhão por ano em 10 anos”, afirma.
O mundo de tecnologia e principalmente a economia digital tem evoluído e se transformando muito rapidamente, portanto, com aconteceu com as redes sociais no passado, ficar antenado no desenvolvimento de tecnologia e nos modelos que estão sendo testados pelas grandes empresas neste momento, é fundamental para compreender como gerar e capturar valor neste novo ambiente.
O metaverso não deve ser tratado de forma independente ou mesmo um mundo virtual isolado. Ele fará parte dos negócios das empresas e a combinação com o mundo real será ponto chave.
Por outro lado, o mundo virtual funciona da mesma forma que o real, e os princípios de negócios e marketing não vão mudar, ou seja, empresas devem entender e estar preparadas com diversas ferramentas, para engajar com seu cliente, durante a jornada de compra.
Para Gildin empresas devem pensar em “personas” que apesar de serem a mesma fisicamente, podem potencialmente ser diferentes entre o mundo real e virtual, portanto toda iniciativa de comunicação e propaganda deve estar alinhada.
“Acredito que todos os serviços baseados em plataformas que já existem hoje, podem ser migrados para o virtual, como serviços financeiros (bancos, aplicação, seguros, etc) , agências de publicidade e propaganda, atendimento, serviços de saúde (aqui para o avatar) , educação, compra e venda (espaços, produtos e serviços) e principalmente games farão parte da primeira leva de negócios do metaverso”, declara.
Se você tem tempo e recursos, pode entrar e testar algumas coisas para já ir se acostumando. Se de fato, o metaverso for bem-sucedido, não vai dar para ficar de fora dele. Então porque não testar desde já? Talvez repensando serviços e modelos para o mundo virtual e combiná-los com o mundo real. Ou buscar formações e especializações que possam te levar num próximo nível de carreira quando o Metaverso chegar para ficar.