Cônjuges tornam-se Autor e Réu em processo judicial litigioso - Por Flávia Oleare

Por Flávia Oleare

Cônjuges tornam-se Autor e Réu em processo judicial litigioso - Por Flávia Oleare

Foto: Divulgação

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Pessoas que até dias anteriores compartilhavam o que há de mais precioso e íntimo na existência,  tornam-se adversários e brigam como se estivessem em um ringue  e como se ilusoriamente pudesse daí sair algum vencedor.

 

O lilígio judicial por si só já é a derrota. Qualquer que seja o resultado, a necessidade de um estranho (o juiz) ter que interferir na vida desta família para ele decidir o que este núcleo familiar precisa fazer já é a mais cruel representação da derrota.

 

É o aniquilamento da família. Não é a separação que acaba com a família, mas sim, o litígio. Os conflitos de família envolvem alta carga emocional.

 

É preciso lembrar que estas pessoas,  diferente do que ocorre em outros tipos de conflitos, continuarão se relacionando a vida inteira quando há filhos envolvidos.

 

Portanto, eles não podem ocupar o lugar de adversários, pois precisam estar do mesmo lado: dos filhos! A vitória e derrota de quaisquer dos lados – requerente e requerido – é a derrota dos filhos.

 

Portanto, pensem bem se vale a pena levar as mesquinharias do dia a dia para um litígio judicial que pode ter consequências irremediáveis do aspecto emocional.

 

Busquem auxílio terapêutico se necessário for.

 

Mas façam o possível e o impossível para evitar que a separação se transforme um litígio judicial. Cerquem-se de pessoas e profissionais que tentem ajudar na solução e não potencializar os problemas.

 

Lembrem, diferente de um processo em que houve uma colisão no trânsito em que você nunca mais vai ver aquela pessoa, em um litígio judicial, quando há filhos, você vai encontrar com o seu “adversário” para o resto da vida. Nos aniversários. Formaturas. Casamento. Aniversários de netos.

 

Você tem certeza que o melhor para a sua vida e a vida de seus filhos é uma briga eterna?

 

É este exemplo que você quer dar a seus filhos?

 

Enfim, este texto não apresenta uma solução mágica, até porque esta não existe.

 

Precisamos de flexibilidade, tolerância, compreensão, empatia, equilíbrio... portanto, repito: atenção às pessoas e profissionais de quem vocês se cercam neste momento, pois fomentar a beligerância é fácil.

 

Difícil é tentar ver a situação com o distanciamento que requer e convencer um casal emocionalmente abalado de que um litígio é ruim para todos.

 

O que você acha sobre este assunto? Deixe sua opinião nos comentários, vou adorar saber.

 

Se você concorda com este texto, envie para um amigo que pode estar precisando de ler neste momento.

 

Flávia Oleare é advogada cível especialista em Direito de Família e Sucessões  e membro da Comissão de Direito e Família e Sucessões e da de Direito de Idosos da OAB/ES. Sócia do escritório Oleare e Torezani Advocacia e Consultoria (www.oleareetorezani.com.br), contato: flavia@oleareetorezani.com.br

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