Na COP30, que reúne lideranças globais em Belém (PA), uma das vozes mais firmes em defesa dos povos originários veio do Amapá. A cacica Janina Karipuna se destacou entre as lideranças indígenas ao reforçar que comunidades tradicionais precisam ser ouvidas antes de qualquer projeto de exploração de petróleo e gás na região amazônica.
Durante sua participação nos debates, Janina afirmou que os protocolos de consulta livre, prévia e esclarecida devem ser respeitados, conforme estabelecido em normas internacionais. Segundo ela, a posição das mulheres indígenas é inegociável: “as mulheres indígenas não vão arredar o pé dos territórios”.
Emocionada, a cacica destacou que as comunidades da região “sempre vão dizer não à exploração de petróleo”, enfatizando que a luta está diretamente ligada à preservação dos rios, florestas e territórios dos quais os povos indígenas dependem há milhares de anos para sobreviver.
Enquanto o primeiro dia da conferência, na segunda-feira (10), foi marcado por discursos oficiais e presença de chefes de Estado e autoridades, a terça-feira (11) trouxe outro tom dentro do Parque da Cidade, na zona Norte de Belém. O eco mais forte veio da chamada Zona Verde (Green Zone), espaço voltado à sociedade civil, movimentos sociais e organizações ambientais.
Pela manhã, durante um painel promovido pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), grandes lideranças indígenas reforçaram a oposição coletiva aos projetos petrolíferos na Foz do Amazonas. O cacique Raoni Metuktire, referência mundial na defesa da Amazônia, foi categórico: “Lutamos contra essa exploração de petróleo”.
A presença de Janina Karipuna entre essas lideranças consolida Rondônia como um dos polos mais ativos na defesa dos povos originários no cenário internacional. Na COP30, a mensagem levada por ela e por outros representantes indígenas ecoa além das fronteiras: a proteção dos territórios tradicionais é essencial para garantir o futuro da Amazônia e do planeta.