O deputado estadual Delegado Rodrigo Camargo (Republicanos) lançou um desafio direto ao governador Marcos Rocha: realizar uma visita institucional ao Pronto Socorro João Paulo II, principal unidade de urgência e emergência da capital. Segundo o parlamentar, em quase oito anos de governo, Rocha “nunca pisou no hospital”, mesmo diante do caos na saúde pública.
A cobrança foi feita durante sessão da Comissão Geral de Saúde da Assembleia Legislativa, no último dia 9 de setembro, em que o secretário estadual de Saúde, coronel Jeferson Rocha, foi ouvido. Ao ser questionado por Camargo, o secretário admitiu: “O governador nunca foi comigo ao Hospital João Paulo II. Estou há três anos no cargo”, declarou o secretário.
Parlamentar acampa e cobra ação do Estado
Camargo afirmou que tem acompanhado de perto a realidade da unidade e recebido denúncias diárias. “Eu fui, e estou acampado lá. As pessoas me mandam imagens, e quem deveria resolver o problema, que é o gestor, o governador, nunca foi. Vamos deixar bem claro!”, destacou o deputado, visivelmente indignado com o silêncio do Executivo.
Para intensificar a cobrança, Camargo mandou instalar painéis urbanos pela cidade. Em um deles, afixado na movimentada avenida Calama, questiona: “Governador, cadê o novo hospital de Porto Velho? Virou apenas promessas de campanha?”.
Unidade segue sem visita e sem solução
Mesmo com a repercussão do desafio, até o momento o governador não respondeu publicamente nem agendou qualquer visita ao João Paulo II, hospital que sofre com superlotação, estrutura precária e denúncias constantes de abandono.
A unidade já foi apontada em reportagens de alcance nacional pela maior emissora de televisão do país como um dos piores hospitais do Brasil, com cenas impactantes de pacientes em macas pelos corredores, atendimentos improvisados e longas filas de espera.
Camargo critica possível privatização
Além da cobrança por presença e ação direta do governador, o deputado Rodrigo Camargo voltou a se posicionar contra a possibilidade de privatização da saúde pública estadual. Segundo ele, a medida traria prejuízos à população e aumentaria os custos ao governo, sem resolver o problema central da má gestão.
“Não é terceirizando que vamos resolver. É gestão, presença, responsabilidade!”, afirmou Camargo, reforçando que continuará mobilizado para pressionar o Executivo por soluções concretas na saúde.