Presídios em situação de caos, servidores sobrecarregados e submetidos a plantões exaustivos, insegurança generalizada e fugas de criminosos de alta periculosidade — incluindo homicidas condenados. Esse é o retrato do atual sistema penitenciário de Rondônia. De acordo com a categoria, o excesso de cobrança aos servidores que estão trabalhando sobrecarregados pela baixa no efetivo e isso ocasiona muitos processos PADs (Processos Administrativos) que as vezes o próprio Estado está dando causa, pela inobservância do recuso humano.
Apesar desse cenário alarmante, o chefe da Secretaria de Justiça (SEJUS), Marcus Ritto, poderá receber a mais alta honraria concedida pelo Legislativo porto-velhense: o Título de Cidadão Honorário de Porto Velho, em reconhecimento ao seu suposto “trabalho”.
A proposta, apresentada em forma de Projeto de Decreto Legislativo (PDL), está pautada para votação na sessão plenária desta segunda-feira (25). A possibilidade da homenagem já gera controvérsia, uma vez que Ritto não tem deixado qualquer legado concreto para a capital rondoniense.
Sem vínculos históricos com Rondônia, Ritto desembarcou no estado na gestão do governador Marcos Rocha, vindo de Brasília com a missão de modernizar o sistema carcerário. No entanto, anos após assumir a pasta, o que se observa é uma administração marcada por falhas em um dos setores mais sensíveis do Executivo estadual.
Um dos episódios mais emblemáticos foi a fuga do homicida João Luiz, condenado a mais de 20 anos de prisão por quatro assassinatos. Ele conseguiu escapar poucos dias após ser colocado em cela comum, apesar de sua extensa ficha criminal.
Com uma gestão marcada por fugas sem explicações, Marcus Ritto chegou a ser convocado pela Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE/RO) no primeiro semestre deste ano para explicar seu desempenho, que agora pode ser reverenciado pela Câmara Municipal de Porto Velho. Para ser aprovado, o título precisa da maioria simples dos votos dos vereadores em duas votações consecutivas.