Confira a coluna
Foto: Rondoniaovivo
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GOL CONTRA
A GOL Linhas Aéreas deu uma grande bola fora ao não prever que uma promoção de passagens ao preço de R$ 3,90 para vários países da América do Sul poderia congestionar seus servidores. O resultado acabou sendo uma enxurrada de reclamações de consumidores em redes sociais. O Procon de São Paulo já notificou a empresa.
ENGODO
A companhia havia anunciado a oferta de bilhetes para vários países da América do Sul, para compras feitas de 21h30 às 23h30, durante a partida entre Brasil e Venezuela pela Copa América. No entanto, o site da empresa apresentou instabilidade, e quem tentava acessar o portal, não conseguia. O passageiro via uma mensagem de erro. Mesmo diante da enxurrada de críticas e reclamações nas redes sociais, às 21h59, a Gol comemorou o “sucesso da ação” no Twitter.
ESCLARECIMENTOS
A Fundação do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP) notificou e pediu explicações, nesta quarta-feira (19), à Gol para que a empresa esclareça sobre a comercialização de passagens aéreas internacionais por R$ 3,90, na noite de terça-feira. O Procon pede esclarecimentos sobre onde foram disponibilizados e quais os termos e condições da referida promoção; quantas passagens aéreas foram comercializadas nesta promoção; quais canais de venda foram disponibilizados para acesso dos consumidores; em quanto tempo foram comercializadas as passagens. A empresa também terá que enviar relação de consumidores que conseguiram adquirir passagens durante a vigência da promoção com indicação de destino, e-mail e telefone de contato. A Gol terá 24 horas para apresentar resposta.
OFERTA ESTRANHA
Em nota, a Gol informou que a ação, em parceria com Brahma, teve um alcance recorde e as 140 passagens a preço especial foram vendidas em poucos minutos. “Tivemos inúmeros acessos simultâneos, o que fez com que nosso site sofresse instabilidade”, disse. A companhia aérea ainda não se pronunciou sobre a notificação do Procon.
SUI GENERIS
Prefiro usar o termo “estranho” para não citar algo mais esdrúxulo. Oferecer 140 passagens, menos do que a lotação de um Boeing 737-800 (avião usado pela Gol), para uma população estimada em 422 milhões de pessoas, segundo o Censo no ano de 2016, é algo surreal. Se apenas 1% da população seja usuária do transporte aéreo o número seria de 4 milhões e 200 mil passageiros. E se desse total apenas 1% voasse pela gol, seriam 42 mil passageiros. Oferecer 140 passagens para um mercado dessa natureza me parece uma boa estratégia para ter acesso a milhões de cadastros de eventuais usuários.
FIM DO MONOPÓLIO
A Petrobras assinou um termo com o Cade no qual se compromete a vender oito de suas 15 refinarias. Ao se desfazer desses ativos, a estatal abre mão de ser dona de 98% do mercado de refino e dará espaço para concorrentes. A assinatura do termo com o Cade é um avanço em um dos mercados que mais sofrem intervenção estatal no Brasil. Criada na década de 50, a Petrobras deteve o monopólio da produção de petróleo até 1997. Mesmo com a abertura de mercado, a companhia ainda é operadora de quase 90% da produção brasileira, o que demonstra a lentidão com que o mercado caminha.
MOEDA DE TROCA
No refino, a estatal atua praticamente sozinha. Sua força no mercado impede a entrada de investimentos privados e dá poder desproporcional ao governo, que pode influenciar diretamente um dos preços mais importantes da economia. Foi o que fizeram outros governos, que tentaram segurar a inflação deixando o preço dos combustíveis abaixo do praticado no mercado internacional.
O movimento de desestatização do refino permitirá investimentos e dará uma nova dinâmica aos preços dos combustíveis, que passarão a oscilar de maneira mais próxima ao mercado internacional. Os distribuidores passarão a ter mais opções para comprar os combustíveis, repassando possíveis ganhos de eficiência aos consumidores.
CONCORRÊNCIA MAIS JUSTA
Para as oito refinarias que serão vendidas, o Cade exigiu que não haja concentração regional. Assim, quem comprar a unidade localizada no Paraná, por exemplo, estará automaticamente de fora do leilão de refinarias no Rio Grande do Sul. O mesmo vale para outros polos localizados em regiões próximas. No mínimo, essas refinarias vão concorrer com a própria Petrobras, seja com a produção própria ou a importação feita por sua extensa infraestrutura de terminais portuários e dutos.
CARTEL
Atualmente, a população não tem muito onde recorrer para comprar combustível a preço justo. 99% dos postos praticam preços similares sem oferecer grandes descontos, em muitos casos justamente porque o revendedor compra do mesmo fornecedor. Com mais opções de refinarias a expectativa da livre concorrência pode favorecer os consumidores que poderão comprar de quem quiser.
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