A incompetência empurrou a saúde do município para a UTI

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O recém-nomeado Secretário de Saúde de Porto Velho, Orlando Ramires, compareceu ao plenário da Câmara Municipal, quarta feira 18. Não porque tenha sido convocado pela Casa, como insistiu o vereador Jair Montes. Aliás, Jair até que se esforçou para convencer seus colegas a aprovarem a sabatina de Orlando. Em vão.

A ida do secretário visa atender ao que determina a Lei Complementar nº. 141, de 13 de janeiro de 2012, que obriga o gestor da pasta a prestar conta dos valores mínimos aplicados anualmente pelo Município em ações e serviços públicos de saúde.

Doutor Orlando, como é mais conhecido, falou pouco. Quem falou, mesmo, foi uma assessora da SEMUSA. Falou, mas não convenceu. Na transparência, os números entusiasmam, sobretudo, os leigos. Na prática, porém, a realidade é completamente diferente.

Afinal, dizer que alguém desconhece a realidade na área da saúde municipal não seria mais que supina imbecilidade. Quem já foi a uma unidade assistencial em busca de remediar seus próprios males, ou de alguém que lhe é próximo, sabe do que eu estou falando.

Às vezes, fico imaginando quão difícil não deve ser também a situação dos trabalhadores da saúde. A miséria a que se os condena não se restringe à questão salarial. Vai mais além, alcançando as mais elementares condições de exercício profissional. Recuso-me a acreditar que o Conselho Regional de Medicina desconheça essa realidade.

Alguma coisa precisa ser feita. Afinal, como atribuição do município, os serviços de saúde não podem coexistir com a ineficiência, a carência de materiais e a falência de postos e unidades de saúde.

A saúde do povo é coisa séria e, conscientes dessa responsabilidade, os profissionais da área vêm, desde há muito, alertando as autoridades, para uma tomada de posição em defesa não somente de seus direitos, como de todos os munícipes portovelhenses, mas, como se vê, têm pregados a ouvidos moucos.

A incompetência político-administrativa empurrou a saúde municipal para a UTI. É orar para que um milagre aconteça. De preferência, genuflexo, e com os olhos voltados para o céu.

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