Transposição virou sinônimo de palhaçada - Valdemir Caldas

Mas, convenhamos, há momento em que é preciso reconhecer a capacidade do inimigo, ensarilhar as armas e recuar, o que não significa demérito, mas sinal de grandeza a que nem todos estão acostumados.

Transposição virou sinônimo de palhaçada - Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Se há uma coisa, entre tantas, que admiro no ser humano, é o espírito de luta, a vontade de vencer, de superar limites e conquistar a vitória. O poeta Augusto Branco escreveu que, bom mesmo é ir à luta, com determinação, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é muito para ser insignificante.

Mas, convenhamos, há momento em que é preciso reconhecer a capacidade do inimigo, ensarilhar as armas e recuar, o que não significa demérito, mas sinal de grandeza a que nem todos estão acostumados.

Essa história de transposição de servidores do Estado de Rondônia para o quadro da União já extrapolou o campo do lógico para entrar no terreno do caricato, do ridículo mais vulgar e, principalmente, da falta de respeito para com centenas e centenas de pessoas, que dedicam parte de suas vidas à máquina burocrática e, hoje, veem-se impossibilitadas de usufruírem o merecido ócio por mero capricho ou devaneio da autoridade de plantão.

Chega a causar asco o que se tem lido e ouvido de políticos e dirigentes públicos na imprensa a respeito do assunto, sem que nada de concreto aconteça. Houvesse, por parte do Governo Federal, interesse para resolver o problema, não precisava essas idas e voltas de sindicalistas e advogados a Brasília para tentarem convencer os assessores da presidenta Dilma a respeito do óbvio ululante. E o pior é que muita gente (pessoas até com certo grau de conhecimento) embarcou nessa canoa furada.

Agora que estamos em período eleitoral, o que não vão faltar são políticos e candidatos espertalhões aproveitando-se da boa-fé e da ingenuidade de muitos servidores, prometendo-lhes o reino encantado da fantasia.

São os mesmos fariseus que há décadas vêm mamando nas flácidas tetas do poder e nada produziram em proveito da sociedade, exceto a politicagem do “é dando que se recebe”. Dão ao governo os votos de que ele precisa para fazer passar seus projetos no Congresso Nacional em troca de cargos para acomodarem parentes e cabos eleitorais incompetentes.

Em vez de acreditar no canto de sereia de políticos demagógicos, os servidores precisam se preparar, para, no próximo dia três de outubro, dizer um sonoro não às pretensões continuístas desses falastrões, acostumados a embair a consciência de incautos.

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