APOCALIPSE - Buscas e apreensão em casas de deputados revela ligação com Orcrim

No documento é explicitado o resultado das buscas e apreensões nas residências e gabinetes dos deputados estaduais Hermínio Coelho, Claudio Carvalho, Ana da 8, Adriano Boiadeiro e Jean Oliveira. Foram encontrados documentos nas residências dos parlamentar

APOCALIPSE - Buscas e apreensão em casas de deputados revela ligação com Orcrim

Foto: Divulgação

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Para a polícia, não está esclarecida a circunstância do deputado e presidente da casa de leis, receber as correspondências bancárias de Andres na sua residência
A operação apocalipse da Polícia Civil que no inicio deste mês desnudou um esquema de fraude em cartões de crédito, tráfico de drogas e financiamento de campanhas políticas em Rondônia tem novo capitulo. O Rondoniaovivo teve acesso à representação policial que pediu ao Tribunal de Justiça a prorrogação do afastamento dos deputados estaduais, supostamente envolvidos com a Orcrim (Organização criminosa) liderada pelos acusados Alberto Siqueira ( Beto Babá) e Fernando da “Gata”.O TJ concedeu mais 15 dias de afastamento.

No documento é explicitado o resultado das buscas e apreensões nas residências e gabinetes dos deputados estaduais Hermínio Coelho, Claudio Carvalho, Ana da 8, Adriano Boiadeiro e Jean Oliveira. Foram encontrados documentos nas residências dos parlamentares que contemplam a ligação com a quadrilha. Os computadores ainda passam por perícia criminal.

LIGAÇÕES PERIGOSAS

Na busca e apreensão realizada na casa do deputado Herminio Coelho, presidente do poder legislativo em Rondônia, foram encontradas faturas de cartão de crédito ainda fechadas e endereçadas a Andres F. Dias Gomes, que é cunhado de Márcio Cesar Silva Gomes, apontado como elo entre Hermínio e a facção criminosa.

 Andres, que está preso é integrante ativo da quadrilha que fraudava cartões de crédito, também foi doador da campanha eleitoral de Hermínio no valor de R$ 30.000,00. Para a polícia, não está esclarecida a circunstância do deputado e presidente da casa de leis, receber as correspondências bancárias de Andres na sua residência e investigam o porquê das faturas de cartões possuírem o mesmo endereço do parlamentar.

Documentos de compra de uma casa no bairro Novo, recibos de compra em estabelecimento comercial em nome de Elieudo Peixoto Gomes também foram encontrados na casa de Herminio Coelho. O rapaz que é taxista, também é lotado no gabinete da presidência e foi preso na operação.

FAZ TUDO

Na busca e apreensão na casa de Márcio César Gomes, apontado como a “faz-tudo” de Herminio, a policia encontrou seis cartões de crédito em nome de Alessandro Marcio dos Santos, proprietário da empresa Mundão da Construção.

Na contabilidade do assessor atualmente preso, o presidente supostamente teria que pagar R$ 55.000,00 no último dia 23 de abril.

Investigação policial apurou que o dono de fato era Márcio, que também intercedeu para a nomeação de Alessandro no gabinete de Herminio.

Também foram encontrados  na casa de Márcio, cheques ( um no valor de R$ 67.6000,00 e outro no valor de R$ 5.000,00), ambos emitidos pelo seu “laranja” e “fantasma” da ALE/RO, o empresário Alessandro.  Ainda foram encontrados na residência de Márcio, cheques emitidos por outros integrantes da OrCrim, entre eles  Elias Barbosa Dias e Ilderson Barbosa Dias.

Para complicar e explicitar uma relação muito próxima com o presidente do poder legislativo foi encontrado na casa de Márcio, formulários e rol de documentos exigidos para ser nomeado na ALE/RO.

Outro fato que chamou a atenção das autoridades policiais é uma anotação em papel sem timbre, onde Márcio fez registros de uma suposta divida de Hermínio para com sua pessoa. Na contabilidade do assessor atualmente preso, o presidente supostamente teria que pagar R$ 55.000,00 no último dia 23 de abril.

Cheques emitidos em 2006 e 2007 por Hermínio Coelho num total de R$17.000,00 também foram encontrados na residência.

SUPERFATURAMENTO

Numa pasta relativa a despesas do parlamentar referente a verba indenizatória, uma nota fiscal de uma pousada em Guajará Mirim pode levar a um possível desrespeito pela coisa pública. Na nota, consta o

No interrogatório de Beto Babá, o chefe da quadrilha disse conhecer Hermínio Coelho desde 2008 em razão de ambos serem jogadores de baralho.
pagamento de duas diárias, no valor total de 700 reais. Cada diária foi cobrada no valor de R$ 350,00. Acontece que uma investigação preliminar na referida pousada foi informado que a diária mais cara custa R$120,00.

BETO BABÁ

No interrogatório de Beto Babá, o chefe da quadrilha disse conhecer Hermínio Coelho desde 2008 em razão de ambos serem jogadores de baralho.

Também confirmou que Márcio Cesar era o coordenador na campanha eleitoral de Hermínio, responsável pelo combustível. Alegou também ter “medo de Márcio, mesmo sabendo que ele não é violento”

Outro alvo da operação, Geisa Gomes da Silva, funcionária do gabinete de Hermínio, em seu interrogatório disse que o emprego foi conseguido por seu finado esposo ( Guilherme Sena) através de um homem que ele conheceu ( Fernando da Gata) quando estava preso. Disse que no final de 2011, foi a Ale/Ro acompanhada de Fernando da Gata  para assinar os documentos relativos a sua nomeação. Porém disse que nunca trabalhou, nem recebeu os valores relativos a este contrato, levando-se a crer que o “pagamento” ficava com o líder da Orcrim.

A Polícia Civil ao fim do requerimento a Justiça para o pedido de mais 15 dias de afastamento dos deputados investigados concluiu que existe uma “relação espúria entre o deputado Hermínio Coelho com o alvo e preso Márcio César Silva Gomes”.

A PC também concluiu relação de “amizade”do presidente da casa de leis e outros integrantes da OrCrim.

Cheques emitidos em 2006 e 2007 por Hermínio Coelho num total de R$17.000,00 também foram encontrados na residência

HERMINIO SE DEFENDE

O deputado Herminio Coelho, acusado pela Polícia Civil de relações espúrias com integrantes da quadrilha de Beto Babá e Fernando da Gata disse em entrevista que “Eu conheço o Márcio há muito tempo, a irmã dele é minha advogada desde os tempos em que eu era sindicalista, jamais soube de qualquer coisa que comprometesse a índole de ambos, porém, caso ele esteja envolvido nesse tipo de esquema que a justiça seja feita, só não podem querer liga meu nome à esse tipo de situação”, disse Hermínio Coelho .

Em relação a supostos funcionários fantasmas indicados pela quadrilha, o deputado se defende afirmando que em relação as nomeações de assessores, como gestor administrativo da Assembleia Legislativa cabe a ele a assinatura dos atos de nomeações, destacando não ter como rejeitar encaminhamentos de deputados, para nomeação e lotação de assessores em seus respectivos gabinetes. “Cabe ao deputado responder sobre a atuação de seus assessores. Caso tivesse recebido denúncia determinaria a apuração dos fatos. Mas daí a me envolver em organização criminosa, existe um distanciamento muito grande”.

ADRIANO BOIADEIRO

O deputado Adriano Boiadeiro é outro parlamentar com intimas ligações com a Organização Criminosa. No depoimento de Beto Babá, o acusado confirmou que era assessor parlamentar do deputado do “chapéu”, tendo sido nomeado em 2013. Também disse para a polícia que sua esposa, Francimeire presta assessoria jurídica ao deputado Boiadeiro, mesmo estando nomeada no gabinete de Jean Oliveira. A advogada estava lotada na ALE/RO desde 2007, no gabinete do então deputado Maurinho.

Beto babá também confirmou a polícia que ele e a esposa já estavam há quarenta dias em viagem de férias. O deputado também ocupava um apartamento do suposto traficante, que era locada via Governo do Estado, para acomodar o ex-ministro Mangabeira Unger.

JEAN OLIVEIRA

O deputado Jean Oliveira parece ter “passado raspando” na operação apocalipse. Mesmo tendo sido pedido seu afastamento no primeiro ato da operação, a Polícia Civil não pediu a extensão da medida que não permitia nem mesmo a aproximação do parlamentar da casa de leis.

Mesmo a esposa de um dos lideres da quadrilha constar como nomeada no seu gabinete, as buscas e apreensões realizadas não trouxeram novos subsídios para a ligação de fato entre o parlamentar e a quadrilha.

 

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