Uma das virtudes mais festejadas do regime democrático é a possibilidade de o eleitorado negar seu voto a candidatos que se tenham mostrado indignos do exercício de função pública. Evidentemente que há outros mecanismos para se aperfeiçoar a vida democrática, mas que não têm sido levados em consideração, como, por exemplo, educação de qualidade.
O voto exercitado com certa periodicidade faz recair sobre os ombros de cada eleitor o verdadeiro poder de decisão sobre seus próprios destinos. Daí ser verdadeira, ainda que repetitiva e, por isso, pouco impactante, a afirmação de que “todo povo tem o governo que merece”.
Estamos às portas de novos pleitos eleitorais. Em outubro próximo, vamos escolher prefeito e vereadores. Trata-se de mais uma oportunidade para o eleitor negar seu voto e assim frustrar a caminhada política dos que antes já lhe deram provas de irresponsabilidade para o exercício de mandato popular.
Muitos serão os candidatos fichas sujas que tentaram confundir o eleitorado, pedindo-lhe o voto de confiança, sustentando discurso que não passa das vãs e conhecidas promessas de campanha.
Resultado dessa desfaçatez e em grande medida produto da apatia de segmentos da sociedade, é que acusados de desvios de verbas públicas têm seus nomes registrados e passam a disputar os votos de eleitores cada dia mais confusos e desorientados.
Não são poucos os enrolados com a justiça. Ou porque tenham aplicado irregularmente recursos públicos que lhes cumpria administrar, ou porque se tenham aproveitado do exercício de função pública para aumentar injustificadamente seu patrimônio.
Trata-se de pessoas que, em qualquer sociedade preocupada com a ética, deveriam ser mantidas ao largo do processo eleitoral, mas que, no Brasil e, principalmente, no estado de Rondônia, são endeusadas, com exemplos de retidão.
A sociedade e os governantes precisam cada um de per si fazer a sua parte para a consolidação da democracia, cujas virtudes são sempre lembradas e exaltadas, sobretudo nos períodos eleitorais.