O governo desgovernado de Sobrinho - Por Valdemir Caldas

Da Redação

28 de Agosto de 2009 às 08:13

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O governo desgovernado de Sobrinho - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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Detentores de uma milenar e conceituada civilização, os romanos costumavam sufocar os percalços sócio-políticos oferecendo ao povo pão e circo. Com algum sangue na arena e um pedaço de pão de centeio, todas as dificuldades eram facilmente esquecidas. O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho (PT), conseguiu a façanha de proporcionar aos portovelhenses o circo sem pão. Aconselhado por assessores (?) que não enxergam além do próprio umbigo, Sobrinho passou a inaugurar obras inconclusas para tentar desviar a atenção de incautos moradores sobre acusações cabeludas envolvendo membros de seu governo.

Na semana passada, o prefeito, acompanhado de um séqüito, inaugurou parte do asfalto da rua Pinheiro Machado, no bairro Embratel. Segundo o site Rondoniaovivo.com, a obra não foi devidamente concluída. Agora, o prefeito está convidando moradores do bairro JK I, para participarem da inauguração das ruas Altemar Dutra, Idalva Fraga Moreira, Risoleta Miranda, Cloves Machado, Jaqueline Ferre, Nelzira Guedes (cujo asfalto foi feito pela metade). Não é de hoje, porém, que o deputado estadual Ribamar Araújo (PT) vem dizendo que “há secretário bandido na administração Sobrinho”. Há duas semanas, durante entrevista a uma emissora de rádio da capital, Araújo teria chamado o Sobrinho de “prefeito safado”. Com de resto, o dirigente municipal preferiu o silêncio.

Por conta disso, Araújo garante que vem sofrendo represálias por parte da cúpula do Partido dos Trabalhadores, como aconteceu durante o fórum estadual do partido, realizando, recentemente, na cidade de Rolim de Moura. Aliado de Araújo, o vereador Jurandir Bengala (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal, na sessão de segunda-feira, para protestar contra o tratamento dispensado por “companheiros” ao seu padrinho político. Mas Araújo não se tem deixado intimidar e continua recitando seu mantra.

Decididamente, o PT perdeu seu referencial de partido ético e comprometido com as causas sociais. Depois de Marina Silva (PT-AC), hoje, foi a vez de o senador Flávio Arns (PT-PR) abandonar o barco petista. Atualmente, o que conta para o PT são os privilégios grupais. O resto, que se dane! Não se pode negar, porém, que, apesar de tudo, ainda há nos quadros do PT figuras sérias, competentes e honestas, como o ex-vereador e atual presidente do Diretório Municipal, Inácio Azevedo, os secretários municipais Israel Xavier (Obras Especiais), Wilson Correia (Fazenda), Marcelo Fernandes (Obras) e Fernanda Kopanakis (Regularização Fundiária), dentre outras.

São pessoas que, até o momento, não se envolveram em negociações nebulosas. Dias atrás, ouvi de uma delas o repúdio veemente contra a conduta dúbia de dirigentes do partido diante das denúncias escabrosas que têm sido publicadas na mídia contra a administração Sobrinho. Sobrinho fez uma campanha pela reeleição calcada na moralidade e na ética, prometendo mudar o jeito de fazer política no município e, principalmente, erradicar os vícios e mazelas que enxovalham a vida política. Depois que chegou ao palácio Tancredo Neves mudou o discurso e, hoje, revela a face deformada de um governo desgovernado.

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