Política & Murupi – Por Léo Ladeia

Política & Murupi – Por Léo Ladeia

Política & Murupi – Por Léo Ladeia

Foto: Divulgação

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

 
Frase do dia:
“A internet não pode ser regulada. A imprensa regula o Estado e a internet se contrapõe à própria versão da imprensa sobre as coisas. A internet é o espaço da liberdade absoluta. Para além da liberdade de imprensa”. – Min.Carlos Ayres de Brito.
 
01-Confirmando um equívoco
Era só uma questão de tempo e a conversa chegou mais rápido que o esperado. Márcio Meira, presidente da Funai, acaba de afirmar: “Vale mais o direito originário do índio, que é constitucional. Todos os atos normativos são nulos quando o Estado reconhece que a terra é tradicionalmente ocupada pelos índios”. No caso da Raposa Serra do Sol, o STF decidiu mexer paus e pedras para retirar os arrozeiros e estabelecer a reserva indígena em faixa contínua. Porteira aberta, o próximo passo é fazer-se o mesmo em Mato Grosso do Sul com os Guarani-Kaiowá. Daí em diante é o que lhe der na tela. “Estamos falando de correção de limites de terras indígenas tradicionalmente ocupadas", diz Meira. O Brasil adquiriu a “cultura da dívida social” e tome-lhe bolsa ditadura, cota raciai, sem terra, bolsa ditadura, bolsa família, terra quilombola e indígena e por aí novas invenções. Danou-se...
 
02-Falando nisso...
Dia desses o presidente Lula disse que “Sarney não é uma pessoa comum”. Deve ter-se baseado na frase irônica de Darcy Ribeiro: "O Senado é um lugar melhor do que o Céu, porque para chegar lá nem precisa morrer.” Nosso país que rejeitava o pejorativo apelido de Brasíndia, parece ter tomado gosto pela coisa e fazer-se a própria Índia. O glamour das castas chega pela novela das oito e pelas palavras do Lula. Sarney “et caterva” pertencem aos brâmanes. Para não ficar muito extensa – na Índia são cinco – cria-se apenas a casta intermediária, espécie de amigos do rei e o resto é tudo dalit, responsáveis pela sujeira. Esta aliás a razão para a fala do Sarney: “Não fui foi eleito para limpar as lixeiras da casa”.
 
03-Continuando...
O deputado Eduardo Valverde mexeu em casa de caba ao propora PEC 306/2008. Como sou partidário da idéia constitucional de que todos são iguais perante a lei e como detesto o sistema de castas e rejeito a cultura da dívida social, bato palmas para a iniciativa e vou além, torcendo para que o sistema de contratação de pessoal para exercício das funções públicas específicas – magistrados, policiais, fiscais e auditores de receita, – permaneça tal como hoje mas, sem benesses cartoriais. O resto, inclusive os cargos comissionados que obedeçam ao regime celetista. Nada, por exemplo, de mordomo que serve à filha do “incomum” mas que recebe como motorista um salário de R$12 mil ou jornalista ganhando R$15 mil. Nada de IPAMs, IPERONS, Caixas de benefícios, etc. Todos no mesmo barco.
 
04-Upgrade dos revoltados
Tá-se falando, tá-se teimando, dá nisso. O troca-troca de reservas para sair a licença de Jirau tinha tudo para dar errado e...tá dando. Aliás, a própria LI – licença de instalação – já está sendo questionada na justiça, confirmando o que adiantei aqui há algum tempo. Jirau pode se transformar numa “usina vagalume” se o governo federal não meter os pés, mãos e forçar a regularização. Voltando ao troca-troca, o governador Cassol disse-me que caso dê errado a obra de Jirau pode ser invadida. Como fechar a BR é mais previsível que show do Roberto Carlos e mais ineficiente que CPI, a “tchurma” partiu para um upgrade: invasão do Ibama. Aí a notícia vazou e a PF entrou em ação. Revoltados, boquirrotos? Nem tanto.
 
05-Drible da vaca
Enquanto se falava da invasão do Ibama, e a Polícia agia para impedir, a “plede rude” já estava a caminho de Jirau. Segundo o Deputado Maurão de Carvalho, 2 mil pessoas estão na estrada que dá acesso ao canteiro de obras. A situação que se vive agora foi prevista pelo governador Cassol em entrevista que me concedeu durante a apresentação do Arraial Flor do Maracujá. Um verdadeiro drible da vaca dado pelos manifestantes. E aí como diz o Zé de Nana, “fedeu carbureto”. Se antes era só uma previsão que eu creditava à minha velha paranóia, sobre a possibilidade de transformação de Jirau numa “usina vagalume”, agora o assunto é sério e envolve uma negociação delicada e que terá que partir de Brasília. Como o estoque de matéria prima existente, ventilador vai subir de preço...    
 
06-Provando do próprio veneno
O “ínclito” delegado Protógenes pôs a boca no trombone e despachou: “Dentro do histórico do Departamento de Polícia Federal nenhuma autoridade foi perseguida como eu e que meu histórico não autorizava a ninguém fazer esse tipo de investigação”. E foi além sobre o “banqueiro condenado” Daniel Dantas: “Entendo que haverá condenação. Agora entre a condenação e o cumprimento da pena há uma distância muito grande em razão do nosso próprio sistema judicial que... ele é um pouco arcaico, um pouco atrasado, onde tem três instâncias recursais, onde tem vários instrumentos de defesa desproporcionais ao que o estado precisa para se proteger desses crimes e do resultado desses crimes...”. Acusado de violação de sigilo, Protógenes terá o mesmo sistema recursal para fazer sua defesa.
 
07-Mais um com a boca no trombone
E o presidente do TSE, Carlos Ayres de Brito, resolveu meter a boca na excrescência que se arma na Câmara dos Deputados: “É preciso elogiar a disposição do Legislativo de sair da inércia de normatização. Mas é um projeto que não passa da fragmentação. Ele é pontual, é tópico, não consubstancia uma reforma. Não corresponde a um propósito de vitalizar valores constitucionais como transparência, publicidade e a impessoalidade que impede o uso descomedido da máquina administrativa. Está mais para fragilização do que para o robustecimento. Não investe na sadia competição dos candidatos a cargos eletivos. Outra característica central é retirar avanços da jurisprudência”. Recado dado. É trabalho perdido. O Congresso é como João Pé Torto. Todo mundo anda errado e ele está certo.
 
08-Sarney e a mentira que cassa
A “Fundação Sarney” bem poderia chamar-se “Feudação Sarney” por suas características estatutárias. Sarney é o presidente vitalício e na escala de sucessão por morte, assumem sua esposa, depois um dos filhos e depois netos, bisnetos, pelo resto da vida e mais três dias. Sarney além de grande “captador de recursos” é do Conselho Curador mas, na hora do aperto fez como Pedro: negou e aí se ferrou: “Eu não tenho nenhuma responsabilidade administrativa naquela Fundação”, disse entronizado na cadeira de presidente. Poderia ter dito “eu não sabia” ou “fui traído”. Mentir em plenário é quebra de decoro e dá cassação. É claro que “nenhuma responsabilidade” terá que ser contextualizada pela defesa e por seus amigos juristas. Se ninguém “chupar essa manga” Sarney, “o Pinóchio”, vai pra juquira.
 
09-Tá frio,,,tá quente...
A revista Veja publicou outra denúncia sobre Sarney: a existência de uma conta bancária no exterior administrada pelo ex-banqueiro Edmar Cid Ferreira do Banco Santos, de onde “o Pinochio” retirou suas aplicações pouco antes da intervenção do Banco Central. Claro que Sarney desmentiu e garantiu que vai autorizar a quebra do seu sigilo como prova de inocência. Lembram-se que eu disse que as denuncias não param por aí e que ainda não havia chegado a Portugal? Pois é. Como na brincadeira de criança, “tá esquentando” mas, tem mais coisa. Como Maluf, a Sarney não resta outra via que não seja negar. Tal como aqueles que vêem a grana do Maluf repatriada e acreditam nele, assim será com Sarney.
 
10-Fim ou começo dos atos secretos?
O senador José Sarney, presidente do Senado e Congresso Nacional, respaldado no alto da sua marimbondância, resolveu anular todos os 633 atos secretos publicados durante 19 anos. Demorou... Desde a denúncia até a decisão, a imprensa golpista o acuou com mil ferroadas. Sarney resistiu enquanto pensava sobre o que fazer. Heráclito Fortes chegou a dizer que não havia como proceder a anulação. Tanto havia que acabou ocorrendo. Agora um novo problema se apresenta: quem vai devolver o dinheiro? Quem o recebeu ou quem assinou os tais atos? Agaciel Maia disse que a Mesa sabia de tudo. A Mesa foi eleita pelos senadores. Sarney disse que a crise é do Senado, ou seja, dos Senadores. Será que os nobres e “ínclitos” senadores farão, algo assim como a vaquinha, para devolver a grana ou a viúva fica no preju? Na minha opinião, fica sim. Ora se fica... Como sempre.
 
Porto Velho, 13.07.09
 
 
           
 
 
Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Na sua opinião, qual companhia aérea que atende Rondônia presta o pior serviço?
Você ainda lê jornal impresso?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS