Câmara debate violência - Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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A Câmara Municipal de Porto Velho realizou na noite desta segunda-feira, uma audiência pública para discutir alternativas que contribuam para reduzir a onda de violência que assola a capital. Participaram da solenidade, o Secretário de Estado, Defesa e Cidadania, Evilásio Sena, a Comandante-Geral da Polícia Militar, Angelina dos Santos Correia, o Diretor-Geral da Polícia Civil, Morió Ikegwa, delegados, peritos, além de líderes sindicais e presidentes de entidades comunitárias, dentre outras autoridades. Estranhamente, o presidente da OAB-RO não compareceu, nem mandou representante. O mesmo aconteceu com a Arquidiocese de Porto Velho, duas instituições que sempre marcaram presença em eventos dessa magnitude.

 

Louvável que se traga o problema da violência para ser debatido com a população. Nesse sentido, a Câmara Municipal tem cumprido o seu papel, como caixa de ressonância dos clamores sociais. Foi assim, em 2001, quando apoiou a campanha contra a violência, um movimento desencadeado pela sociedade, sem sede, sem chefe e sem caciques. Foi assim, também, em 2006 e 2007, com a realização de seminários e conferências sobre o tema.

 

Mas só isso não basta. É sabido que a questão da violência tem raízes profundas que vão desde a má qualidade da educação, passando pela ausência de religiosidade (Deus é o grande ausente do lar e das famílias), até problemas sociais, como o desemprego, e psicopatológicos. Somem-se a isso aspectos estruturais, como a falta de contingente policial, qualificação de pessoal, equipamentos e salários decentes àqueles que prestam serviços às instituições policiais.

 

Chegamos, porém, a uma situação em que o inusitado passou a ser a regra. Tráfico de drogas, roubos, furtos, assaltos, homicídios, latrocínios, assassinatos e estupros batem todos os recordes. Mesmo assim, não é justo jogar a culpa, exclusivamente, nos ombros dos policiais.

 

Pelo contrário. As policias civil e militar vêm colhendo excelentes resultados no combate a práticas delituosas. Os números apresentados pela comandante da Polícia Militar, Angelina dos Santos Correia, e esmiuçados com lucidez e competência pelo Diretor-Geral da Polícia Civil, delegado Morió Ikegwa, atestam essa assertiva, apesar das precárias condições de trabalho à que estão submetidos essas categorias de profissionais, além dos parcos pagos à maioria dos militares.

 

Dizer-se que a responsabilidade pelos elevados índices de criminalidade que aterrorizam a população de Rondônia, de modo geral, e a de Porto Velho, de modo especial, é apenas do governo do estado, também não é conduta das mais adequada. A União, assim como a Prefeitura de Porto Velho, têm sua parcela de colaboração.

 

Quando deixa de abrir, limpar e iluminar uma rua, a prefeitura não está somente dificultando o trabalho da polícia na captura aos marginais, como também contribuindo para a quebra de viaturas, jogando o dinheiro do contribuinte pelo ralo da incompetência.  

 

Só a presença da policia nas ruas, em cada quarteirão, como querem alguns, pode até inibir a ação de batedores de carteiras, mas não é o bastante para minimizar o banditismo. A sociedade precisa participar, de forma organizada e coesa. Somente assim, restaurar-se-á um pouco a paz desde há muito perdida por todos.

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