O pesadelo continua - Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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Quando o atual prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, do PT, se preparava para assumir, pela primeira vez, a direção do município, cresciam as esperanças da população.

 

Particularmente, no que concerne ao sistema de transporte coletivo, manifestava-se a mais positiva expectativa da sociedade de que o dirigente comunal conseguiria sepultar, definitivamente, o monopólio.

 

Se o prefeito Sobrinho não tem feito a sua parte, especialmente no que concerne a cobrar das concessionárias a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao usuário, o mesmo se não pode dizer da Câmara Municipal de Porto Velho.

 

Nesse sentido, inúmeros foram os projetos de lei e os pedidos de providências aprovados pela Casa. Vale destacar uma Emenda à Lei Orgânica, de autoria da vereadora Ellis Regina (PC do B), que o briga o chefe do Executivo Municipal a ouvir a Câmara antes de conceder aumento de tarifa. A proposição encontra-se na Comissão de Constituição, Justiça e Redação aguardando parecer.

 

Nenhuma linha poderá ter menos de dois ônibus. É o que diz uma lei municipal, que teve origem num projeto de lei, de autoria do vereador José Hermínio Coelho. É também de autoria de Hermínio a proposição que obriga as empresas a manterem a catraca na parte traseira dos coletivos, para facilitar o embarque de passageiros, dentre outras medidas.

 

Agora, Ellis quer que as concessionárias de transportes coletivos enviem à Câmara Municipal, trimestralmente, os balancetes patrimoniais financeiros, analíticos e acumulados, com descriminação de todas as contas e despesas correspondentes, exclusivamente, referentes aos itens da planilha de custos, bem como os comprovantes de recolhimento de seguros, taxas, impostos e encargos sociais.

 

O objetivo da medida é tornar os cálculos das planilhas mais transparentes e confiáveis, contribuindo, assim, para que a população pague por uma tarifa justa, consciente de que não está sendo lesada.

 

Para isso, a vereadora pretende apresentar um projeto de lei, nos próximos dias, disciplinando a matéria. Convém que as farmácias aumentem seus estoques de Lexotan. Vai ser um deus-nos-acuda, sobretudo entre os que dizem defender um transporte coletivo de qualidade, mas que, na prática, não movem um palito de fósforo riscado para acabar com o monopólio, que tanto mal vem causando à população.

 

É ilusão acreditar que o bem-estar do povo e o desenvolvimento do município serão alcançados por meios de conchavos. Pelo contrário. Isso tem que ser produto da vontade e do trabalho de todos. Sem esses ingredientes, paritariamente dosados, o usuário continuará sentindo na pele as agruras diárias de um transporte coletivo caótico.

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