Governistas temem pela candidatura de Cassol ao Senado caso ele decida se filiar ao PP - Por Paulo Queiroz

Governistas temem pela candidatura de Cassol ao Senado caso ele decida se filiar ao PP - Por Paulo Queiroz

Governistas temem pela candidatura de Cassol ao Senado caso ele decida se filiar ao PP - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
 
 
1 – CASSOL E O PP
 
Na hipótese de que fundados receios de um punhado de governistas porto-velhenses lhe tenham chegado aos ouvidos e ele os esteja levando em consideração, tão cedo o governador Ivo Cassol (afastado do PPS) virá a público para anunciar a sua propalada filiação ao Partido Popular (PP), que em Rondônia é presidido pelo ex-deputado federal Agnaldo Muniz. Aliás, no que depender destes conselheiros, o PP estaria mesmo fora das cogitações no que diz respeito às alternativas partidárias a bordo de uma das quais o Chefe do Executivo rondoniense necessariamente vai precisar embarcar até outubro.
 
De acordo com os estrategistas palacianos, é preciso levar em conta que o PP é da base aliada do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e não há indícios de que assim não vá permanecer durante as eleições de 2010. Como a conjuntura local indica que Cassol deverá, na menos beligerante e mais medíocre das hipóteses, comandar a situação rondoniense a partir de um palanque no mínimo neutro em relação à disputa presidencial, caso esteja filiado a uma legenda claramente engajada no projeto lulista, teme-se que possa ficar sem jeito para desempenhar o papel que os aliados locais esperam dele, sem falar na confusão que tenderá a embaraçar o eleitorado com estimados prejuízos nas urnas.
 
Pior: como a neutralidade não é a praia de Cassol e nem muito menos condiz com a aspiração dos políticos palacianos – tanto que, dia sim, dia não, o grupo anuncia ter ocupado de assalto a representação local da principal cidadela de oposição a Lula, o PSDB -, na hipótese de que o governador esteja filiado em um partido lulista receia-se pela perda de qualidade do discurso das forças antipetistas locais. Na verdade, como ficou claro desde o início das manobras governistas em torno do ninho tucano, Cassol pretendia comandar a sua sucessão empunhando a bandeira do PSDB. Ou seja, empoleirado num palanque claramente antipetista de pé (no nível do contexto local) à ponta (no âmbito da disputa nacional).
 
2 – NOVELA TUCANA
 
Mas na medida em que sucessivas tentativas de ocupar a agremiação começaram a malograr uma atrás da outra, apareceu nítido que o próprio governador, sua pessoa em especial, tornara-se o principal obstáculo à mudança de rumos na social democracia rondoniense.
 
No Diretório Nacional do PSDB, por exemplo, considerou-se que, em conseqüência dos vários problemas jurídicos que Cassol está tendo de administrar (dois dos quais incluem processos que podem resultar na sua cassação pelo TSE), o partido teria mais a perder do que a ganhar devido primeiro à freqüência com que o dirigente rondoniense tem aparecido de maneira desfavorável na mídia nacional e, depois, em função das esperadas repercussões negativas nas hipóteses hoje bastante prováveis de sentenças condenatórias. Mormente com a deflagração do processo eleitoral do ano que vem,
 
Tanto assim o é que, caso se consiga levar a termo a destituição do ex-deputado federal Hamilton Casara da direção local do PSDB, a lista que andou sendo divulgada com 11 nomes para substituí-lo, entre os quais os dos secretários de Estado Odacir Soares, Carlos Canoza, Augustinho Pastore e Marly Cahulla, deverá ser modificada. De acordo com o único tucano eleito em Rondônia nas eleições de 2006, deputado estadual Maurinho Silva, o arranjo proposto ficou parecido de mais da conta com Cassol, razão pela qual o eventual anúncio que estava previsto para terça-feira da semana passada (14) terminou sendo cancelado.
 
Interessante é que o episódio tanto poderá ter representado o último suspiro da resistência de Casara quanto a derradeira investida cassolista aos contrafortes do PSDB. Até que ponto os governistas estarão dispostos a atender as exigências dos cardeais tucanos? Seja como for, independentemente da fisionomia com que o PSDB vai chegar a outubro, o problema maior dos estrategistas palacianos continua sendo encontrar um partido, o menos problemático possível, onde alojar de fato e de direito o próprio Cassol até a data em questão.
 
3 – PP PROBLEMÁTICO
 
E no entendimento deles, o PP fica tanto mais longe do ideal porquanto todas as objeções de que se falou até aqui são perfumarias diante das principais debilidades da agremiação. Diz respeito, leitor, primeiro às inimagináveis pressões de ordem governamental a que a legenda está vulnerável em Brasília pelo fato de integrar a base aliada do presidente Lula da Silva. Depois, por último, mas não menos importante, ao caráter provisório da sua direção regional.
 
Não são poucas e nem pequenas as forças que já estão se movendo para tentar dificultar, sabotar e, de preferência, impedir a cogitada candidatura de Cassol ao Senado em 2010. Estão aninhadas tanto no partido instalado no gabinete principal do Palácio do Planalto, interessado na renovação do mandato da sua representante rondoniense na Câmara Alta do Congresso, a senadora Fátima Cleide (PT), quanto na legenda mais pujante e prestigiosa de todas que integram a base aliada, igualmente empenhada na reeleição de um dos seus quadros mais diletos no pedaço, o senador Valdir Raupp (PMDB). Ou seja, no que estiver ao alcance da parte mais robusta do Poder instalado na Capital do Distrito Federal, a postulação de Cassol sequer chegará a tomar forma.
 
Convém reparar que só pelo fuzuê que anda fazendo neste exato momento, percorrendo 37 municípios no comando de uma caravana de políticos aliados, promovendo o seu governo e baixando o sarrafo nos adversários, já se pode intuir que dificilmente Cassol deixará de tomar uma das vagas lulistas no Senado – ou até as duas - caso consiga registrar a candidatura.
 
Considerando que quem mais sabe disso é o povo do governo federal, na hipótese de que Cassol transponha outubro filiado ao PP, tem-se como certo o desencadeamento de uma avalanche imediata de pressões sobre o partido em Brasília no sentido de impedir que a legenda conceda uma das candidaturas de senador ao governante. Significa que, na menos desastrosa das hipóteses, ninguém será capaz de estimar o quanto custará uma candidatura como essa – objeto de tão elevados interesses.
 
Pior. Como, por provisório, Agnaldo Muniz pode ser destituído a qualquer momento da direção pepista ao sabor dos humores brasilienses, o ex-deputado não consegue oferecer garantia alguma às pretensões palacianas. De modo que, se der ouvidos à assessoria, Cassol vai pensar duas vezes antes de assinar a ficha do PP.
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