Dissidência peemedebista da capital cogita divulgar dossiê para detonar Emerson –Castro - Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

Dissidência peemedebista da capital cogita divulgar dossiê para detonar Emerson –Castro - Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

Dissidência peemedebista da capital cogita divulgar dossiê para detonar Emerson –Castro - Política em Três Tempos - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – RACHA NO PMDB E, no entanto, pode não ser marola. No momento em que estas estão sendo digitadas, se fogo ainda havia denotando alguma energia capaz de dar suporte a um pretendido “racha” era o de monturo, resultado de sinuosa fagulha acendida pelos derradeiros espasmos do inconformismo dissidente do PMDB de Porto Velho, cuja manifestação pública, como de hábito protagonizada pelos diretorianos Neirival Pedraça e Antônio Magalhães, ficou circunscrita à notícia publicada na edição de quarta-feira (11) do jornal “O Estadão do Norte” (Página 3). Longe desta coluna pretender induzir o leitor a imaginar que a aliança que está sendo construída envolvendo o PT e o PMDB da capital para tentar reeleger o prefeito Roberto Sobrinho (PT) é algo que se deva irrestritamente aplaudir. Mas, como espaço de reflexão acerca do que acontece na política do pedaço, entre as suas obrigações está a de obrigação informar que, salvo melhor juízo, aplausos é o que esperam – pelo menos dos seus iguais - essas duas instâncias partidárias pelo que, em seus fóruns preliminares, parece já ter sido decidido. No que diz respeito ao PMDB porto-velhense, portanto, o barulho que ainda se fez ouvir no decorrer da semana que antecede a convenção da legenda em que o acordo deverá ser homologado – e que dificilmente deixará de se manifestar no espaço mesmo da instância deliberativa – é aquele reclamado pelas partes vencidas e tolerado pelas intermitências democráticas, mas incapaz de mudar o rumo do que as maiorias tiverem considerado por bem decidir. Atende pelo nome de “jus sperniandi” e, no caso, como nessa negociação o PT é a parte concedente e o PMDB o lado que barganha, além da expressão de uma irresignação, parece servir às reclamações sobre pleitos pontuais não atendidos. Mas não se imagine que, por conta do que o partido precisou conceder para construir o acordo, também no PT não existam vozes discordantes. Mas enquanto as dissidências do PMDB botam a boca no trombone mesmo sabendo-se vozes vencidas, no PT impera, mais que a mera disciplina e o respeito pela vontade das maiorias, o zelo da militância pela integridade do seu partido. 2 – UNIDADE PETISTA Tendo se igualado em quase tudo a quase todos os demais partidos políticos do país desde que seus símbolos – de toda ordem – passaram a transitar pelas esferas mais elevadas do poder, essa singularidade originária ninguém poderá negar aos petistas, ou seja, acusar a agremiação de tê-la abjurado: o absoluto respeito pelos resultados dos processos de deliberações internas e a religiosa preservação da imagem de unidade da legenda. Não obstante o debate, a polêmica e argumentação vigorosa terem permanecido desde sempre como algumas das marcas mais significativas das assembléias da legenda, com grupos divergentes organizados em tendências irreconciliáveis, jamais o partido transpôs a soleira dos seus fóruns internos como um corpo desunido – ou rachado como jargão denomina. Essa é a regra. A decisão de aliar-se, devem-no todos saber, depende da relação custo-benefício resultante da opção por essa estratégia. Para facilitar o cálculo, os manuais recomendam construir cenários extremados. Em um primeiro e ideal cenário, os negociadores imaginam que podem conseguir tudo o que se deseja sem depender de acordos e, portanto, sem precisar fazer concessões aos seus aliados, podendo-se aí vislumbrar uma pá de elementos que deverão ter levado muitos petistas porto-velhenses a enxergarem-se nessa situação. Nesse caso, obviamente, a decisão seria pela não constituição do pacto. Já em um segundo cenário os negociadores calculam que o cacife individual do grupo não é garantia de que se conseguirá o que se quer agindo isoladamente, mas avaliam que não há dúvida de que terão suas chances multiplicadas a bordo de uma ou mais parcerias. Desse modo, a construção de aliança torna-se uma questão de sobrevivência. Algo nessa linha deverá ter ficado demonstrado nas assembléias dos petistas da Capital para que se tenha vindo a público anunciar a disposição de aliar-se. E não obstante as objeções que se pode garantir existirem, o PT se apresenta como se tivesse decidido isso por unanimidade. 3 – PEÇONHA À VISTA Nesse sentido, o que no PT – daqui e dalhures – é regra, nos demais partidos parece ser exceção. Ou, como se assemelha mais adequado, o que no PT seria exceção é a regra nos partidos cujos militantes por eles não dispensam o menor apreço. Em vez de objetivos coletivos, carreiras individuais; em vez de humildade, “estrelismo”. Em vez de coerência, objetivos de curto prazo; em vez de lealdade, esperteza. Grupos que compartilham tais valores tendem ao comodismo e se tornam incapazes de participar de projetos acordados por intermédio de deliberações majoritárias em benefício das transformações que quer promover na sociedade. Oportunismo pessoal e oportunismo político resultam sempre estéreis. Pela debilidade da argumentação exposta na notícia de que se falou no início, é possível que a dissidência peemedebista se apresente na convenção do partido deste domingo (15) apenas para deixar registrado o seu protesto. Mas como a pauta da convocação prevê que se deva decidir aí se a agremiação disputará a eleição de outubro coligada ou num palanque isolado – e ousadia nunca desmereceu a ninguém -, nada impede que os dissidentes construam e apresentem aos convencionais uma proposta de candidatura própria. Ou que, mesmo em acolhendo a proposta de aliança, não concordem como o nome indicado para ocupar a candidatura de vice-prefeito na chapa petista e apresentem uma alternativa para deliberação dos convencionais. Nada disso pode ser interpretado como inconformismo destrutivo ou depor contra quem quer que seja. O que deverá ser tomado como algo pior que isso é a eventual confirmação de rumores segundo os quais, naquele percurso, tentar-se-á tumultuar a convenção peemedebista com iniciativas que incluem a divulgação, por intermédio da cooptação de sites de notícia, de dossiês peçonhentos objetivando, principalmente, constranger, comprometer e demolir a indicação do vereador Emerson Castro para ocupar a candidatura de vice-prefeito. Ao menos pelo que já foi, o PMDB não merece.
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