A homologação da aliança entre o PMDB e o PT já tem data, local e horário para acontecer: será no próximo dia 15, no plenário da Câmara de Vereadores de Porto Velho, às 10h, quando o partido controlado pelo senador Valdir Raupp realizará sua convenção, com vista às eleições da capital.
O namoro entre os dois partidos tem sido marcado por críticas de ambos os lados. Os chamados autênticos do PMDB brigam para vê-lo caminhando com as próprias pernas, livre de peias e cangas.
Para eles, o papel de coadjuvante não cabe na moldura de uma agremiação com a história e tradição do PMDB. Nas hostes petistas, há quem insista para que o vice de Sobrinho saia das trincheiras da grei, e não dos quadros do novo aliado.
Os partidários de Neirival Pedraça, contudo, vêem na aproximação do PMDB com o PT sociedade marcada pelos mesmos erros de origem, dos quais o mais flagrante é a contradição entre o dito e o praticado.
Não me move qualquer sentimento ideológico ou partidário para defender o PT nem o PMDB, conquanto tenha votado no candidato Lula, na primeira eleição presidencial.
Afinal, ainda não estão devidamente esclarecidos à sociedade episódios deploráveis envolvendo dirigentes e integrantes das duas siglas, aqui e alhures.
No campo local, pipocaram denúncias de possíveis superfaturamentos na execução de obras e contratação de serviços pela prefeitura.
Somem-se a isso as graves acusações feitas pelo presidente do CMP, Raimundo Nonato, contra membros da diretoria executiva do Ipam, com relevo para o presidente da instituição, João Herbety Peixoto (cunhado do prefeito).
É sabido que o desespero torna muito tênue as fronteiras entre o ético e o que não o é. Igualmente, sabe-se que a chegada ao poder importa mais, para certo tipo de político*, do que o processo educativo que a democracia exige.
Para esses, portanto, política é apenas o gozo das vantagens oferecidas pelo poder, e não a vigilância sobre a coisa pública, influenciada pela palavra e pela ação.
Inadmissível, contudo, é permitir que as coisas se misturem de tal maneira, que se torne praticamente impossível discernir a respeito de valores absolutamente opostos, simplesmente porque isso ajuda a alcançar objetivos.
Se o casamento político entre o PT o PMDB terá êxito, o tempo encarregar-se-á de revelar. Uma coisa, porém, está muito clara para petistas e peemedebistas: esse conúbio não ter lua-de-mel.