Ex-líder do PT na Câmara diz que usou dinheiro de saques para pagar dívidas do PT

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Foto: Divulgação

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*O deputado Paulo Rocha (PA) --ex-líder do PT na Câmara-- apresentou nesta quarta-feira a prestação de contas levantada por ele nos últimos dois meses referentes aos gastos feitos com os recursos sacados das contas do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador financeiro do "mensalão". *O deputado paraense, que é presidente do PT no Estado, informou que recebeu a quantia de R$ 620 mil dos recursos de Marcos Valério. Sobre os outros R$ 300 mil, Paulo Rocha declarou que foram repassados diretamente ao diretório do PSB no Pará, partido que estava coligado com o PT. Ele apresentou uma tabela com todos os saques feitos pela sua assessora Anita Leocádia nas contas de Marcos Valério no Banco Rural em Brasília. *Paulo Rocha afirmou que demorou a dar explicações sobre os recursos porque esperou uma explicação do diretório nacional do PT. "Demorou também porque fui buscar as notas. Fiquei esperando as explicações do diretório nacional, do Delúbio [Soares ex-tesoureiro do PT]. As explicações dele criaram as condições para que os Estados explicitassem a questão." *Rocha classificou os saques como irregulares, mas não estranhos. Ele afirmou que não viu qualquer problema "a princípio" em enviar sua assessora ao Banco Rural para trazer as quantias em dinheiro. *"Ela é minha assessora há mais de dez anos. Uma militante do PT. Foi na condição de militante que ela foi buscar o dinheiro e pagar os fornecedores." *Segundo o deputado, não há nada de errado no fato de todas as declarações apresentadas por ele, que servem como recibos para as contas pagas com recursos do caixa dois do PT, serem datadas de agosto de 2005, enquanto as dívidas se referem a contas feitas em 2002, 2003 e 2004. *O ex-líder disse estar tranqüilo em relação ao papel que cumpriu. Ele negou ter cometido qualquer irregularidade e disse esperar que R$ 200 mil dos recursos repassados pelo PT nacional para o PT do Pará estejam contabilizados na dívida que o partido assumiu no TSE. *"Não cometi nenhum crime. Cumpri meu dever de presidente regional do PT. O partido ficou endividado. Solicitei apoio, socorro ao diretório nacional e fui socorrido desta maneira que virou fruto de debate no Brasil." Segundo o deputado, as contas não foram registradas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Pará porque a origem do dinheiro era o PT Nacional. *"O registro do dinheiro cabe ao PT Nacional. Eu suponho que os recursos do Pará, junto com os demais recursos para outros Estados, estejam nos registros do PT Nacional com o TSE", acrescentou.
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