*A Comissão Externa do Senado, criada por requerimento da senadora Fátima Cleide para apurar e acompanhar denúncias de corrupção entre deputados e o governador Ivo Cassol, em Rondônia, decidiu na quinta-feira (23) que fará uma acareação entre o ex-deputado federal Expedito Júnior, presidente do PSDB no Estado, o empresário Aires do Amaral e o deputado Ronilton Capixaba.
A decisão aconteceu depois que a comissão ouviu o depoimento de Expedito Júnior, em Brasília.
*Sabatinado pelo relator, senador Demóstenes Torres (PFL), ele negou ser um dos proprietários da Condor - empresa de vigilância - ou possuir qualquer outra empresa. Torres fez a pergunta porque o deputado Ronilton Capixaba disse à Comissão que o ex-deputado e favorecido pelo governo por meio da Condor, que tem contrato para segurança nos órgãos públicos do Estado.
*Expedito Júnior declarou que a empresa pertence apenas a Aires do Amaral, e disse que aceita fazer uma acareação, o que deverá ocorrer quando a Comissão for a Rondônia.
*Também está definido na pauta da Comissão, para a semana que vem, a tomada de depoimentos dos deputados Renato Veloso e Haroldo Santos. O primeiro foi citado pelo próprio governador em gravação exibida pelo jornal da Band, na noite de terça-feira.
*O governador Cassol, autor das gravações, se incrimina. Diz ao deputado João da Muleta que paga, por meio do então secretário João Caula, 20 mil reais por meses aos deputados da base governista - além de Veloso ele cita Everton Leoni, Beto do Trento e Neodi Oliveira.
*Esses últimos deputados também prestaram depoimentos na quinta-feira e negaram o recebimento de mesada do governo. O deputado Marcos Donadon, acusado de receber 50 mil reais, também prestou depoimento e negou as acusações.
*A senadora Fátima Cleide, que tem acompanhado todas as reuniões da Comissão, afirmou que começou a ser desmontada a "face de herói" que o governador quis demonstrar ao dizer na primeira matéria veiculada pelo Fantástico que seu objetivo era mostrar o lado corrupto da Assembléia de Rondônia, que exigia dinheiro para aprovar projetos de interesse do governo. "Muitos de nós sabíamos que o governador também é agente nesse processo, porque estimulou a corrupção, recebendo parlamentares em sua casa para negociar um meio de repassar recursos de forma ilícita. Agora, com as fitas que nós assistimos na Comissão e com a matéria veiculada pela Band, ele se incrimina mais dizendo que pagava a seus deputados aliados", diz a senadora.