A Força Aérea Brasileira (FAB) vem ampliando, de forma estratégica, as ações conjuntas com a Receita Federal do Brasil (RFB) para desarticular organizações criminosas que utilizam rotas aéreas para introduzir drogas, armas e produtos de contrabando no país. A iniciativa reforça a vigilância sobre áreas sensíveis e fortalece a resposta do Estado contra crimes transnacionais e Rondônia está entre os estados que participarão diretamente dessas operações.
Por meio do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), a FAB intensificou a fiscalização de corredores aéreos localizados principalmente na faixa de fronteira. Aeronaves suspeitas de voarem sem plano autorizado, com transponders desligados ou com rotas incompatíveis passam a ser monitoradas em tempo real. Quando há indícios de irregularidade, entram em ação protocolos operacionais padronizados, que incluem identificação, acompanhamento e, quando necessário, medidas de intervenção e determinação de pouso obrigatório.
Como funciona a ação
Equipes integradas de militares e agentes da Receita Federal atuam tanto no ar quanto em solo. Além do policiamento do espaço aéreo, as forças coordenam operações de inspeção em pistas improvisadas e aeroportos regionais, ampliando o controle sobre cargas e passageiros. Em situações específicas, o pouso compulsório é aplicado para permitir vistorias minuciosas e impedir a continuidade de atividades ilícitas.
A cooperação tem resultado em maior troca de informações de inteligência, decisões operacionais mais rápidas e aumento no volume de apreensões. A estratégia busca não apenas interceptar voos irregulares, mas também desarticular redes criminosas que sustentam o tráfico e o contrabando.
Rondônia na fronteira
Essa ação será relevante para Rondônia. O estado integra o conjunto de áreas priorizadas pela Receita Federal e pela FAB, com ações que combinam fiscalização aérea e terrestre, alcançando pistas secundárias, aeroportos regionais, portos e rotas logísticas usadas por contrabandistas. Casos recentes de interceptação de aeronaves irregulares no território rondoniense reforçam que o monitoramento será permanente e articulado com a Polícia Federal e outros órgãos de segurança.
Com a ampliação das operações, o governo espera reduzir significativamente o uso do espaço aéreo brasileiro para fins ilegais e fortalecer a proteção das regiões de fronteira, atualmente consideradas uma das principais portas de entrada de produtos ilícitos no país.
No caso de Rondônia, o estado tem 1.342 km de extensão com fronteira com a Bolívia. Por ser área composta por floresta nativa e divisa por rios, operações aéreas são fundamentais para conter o avanço dos criminosos que utilizam pequenos aviões para o contrabando e narcotráfico.
Veja os números de interceptações já realizadas pela FAB no Brasil:
• 2019: 843 aeronaves interceptadas
• 2020: 984 aeronaves interceptadas
• 2021: 1.147 aeronaves interceptadas
• 2022: 435 aeronaves interceptadas
• 2023: 404 aeronaves interceptadas
• 2024: 207 aeronaves interceptadas