O Brasil é um país de famintos. Há, evidentemente, um contraste perverso entre produção e distribuição. E não é de hoje. Já faz algum tempo. Igualmente, não é de agora que entidades privadas e religiosas vêm promovendo campanhas de arrecadação e distribuição de alimentos, diante da inércia oficial.
A erradicação da pobreza e da marginalidade, como também a redução das desigualdades sociais e regionais são pressupostos insculpidos na Constituição Federal. Vencer o grande abismo que separa regiões e estados ricos dos grotões de pobreza é um desafio e tanto para políticos e dirigentes públicos.
A sociedade (ou parte dela) até que se tem esforçado para enfrentar o flagelo, através de ações solidárias e projetos alternativos, mas a solução do problema passa, necessariamente, pela geração de trabalho e de renda para todos os brasileiros.
Só a distribuição de cestas básicas não vai resolver o problema. É como diz o dito popular: não adianta dar o peixe. É preciso ensinar o cidadão a pescar.
Agora, mesmo, o Congresso Nacional discutir a divisão dos royalties do petróleo entre estados produtores e não produtores, o que não deixa de ser uma idéia promissora, além, é claro, de constituir-se num gesto de solidariedade sem par.
A presidente Dilma Rousseff assumiu prometendo acabar com a pobreza. Se ela conseguirá ou não, o tempo encarregar-se-á de provar. A justiça social não pode ser feita a conta-gotas. E os famintos não podem mais esperar. Logo, a fome começará a substituir o cérebro, aí ninguém segurará o povo, hoje, cansado de fome, pão e circo.