Depois de ter sido escalpelado no primeiro turno da eleição para o governo de Rondônia, o candidato Expedito Junior (PSDB) mandou às favas o princípio da fidelidade partidária e resolveu bandear-se para o lado de Confúcio Moura (PMDB), seu ex-adversário.
A atitude de Expedito causou um tremendo reboliço no ninho dos tucanos. O primeiro a admoestá-lo, publicamente, foi o presidente regional do partido, Aparício Carvalho, como seria natural. Absurdo, porém, seria não tê-lo feito.
Em nota, publicada na imprensa, Aparício disse que Expedito poderia até dividir o mesmo palanque com Confúcio, desde que pedisse votos para o candidato à presidência da República, José Serra. Sem isso, porém, restar-lhe-ia o caminho da expulsão, como manda o estatuto da grei.
Muito se tem dito a respeito dos motivos que teriam levado Expedito a embrenhar-se por uma trilha extremamente sinuosa. Fala-se, inclusive, que sua decisão estaria condicionada não somente a renovação de contratos de empresas de sua família, num eventual governo Confúcio, como também o pagamento de atrasados.
Não é à-toa que a sociedade está completamente fatigada com a postura de certos políticos. Por isso, a cada eleição, pipocam os tiriricas da vida. A atividade política virou sinônimo de palhaçada. E o que dizer de alguns partidos, estes, no momento, em número que parece brincadeira?
Muitos, no entanto, não passam de siglas de aluguel. Não têm propostas, nem programas e suas lideranças estão caducas e esclerosadas. Alguns se julgam donos das agremiações, utilizando-as como simples instrumentos de manobras para a satisfação de interesses outros, que em nada dizem com os da população.
É o velho ditado do “Mateus, primeiro os meus”. O resto é conversa afiada. É preciso entender, no entanto, que a sociedade não mais aceita esse tipo de comportamento. E já deixou isso evidente nas eleições de outubro. Insistir no erro é sandice.