Porto Velho – A chamada Liga dos Camponeses Pobres, movimento paramilitar que se implantou em Rondônia após o episódio da fazenda Santa Elina em 1995, vem crescendo a cada dia e com isso também aumentaram as ameaças e ações contra fazendeiros. O foco de atuação do movimento está concentrado na região de União Bandeirantes e a Polícia Militar vem tentando coibir essas ações, mas os resultados não abalam a estrutura do grupo.
Na terça-feira (09), uma operação conjunta das policias militar e ambiental prendeu um grupo de pessoas supostamente ligadas à Liga, portando armas de diversos calibres, além de munições e capuzes. Junto com as armas, os policiais também apreenderam uma máquina fotográfica digital com dezenas de imagens mostrando ações coordenadas pela LCP. Uma seqüência de fotos demonstra claramente o “modus operandi” do grupo. As imagens mostram uma fazenda, ainda não identificada pela polícia, sendo monitorada pela Liga. Durante semanas o trabalho de construção foi fotografado. Quando os trabalhos estavam bem avançados, os “camponeses” da LCP efetuaram uma série de disparos contra os trabalhadores. A polícia foi chamada e a presença dos PMs também foi monitorada pelos guerrilheiros. Dias depois eles retornaram e dessa vez destruíram toda a construção (a seqüência de imagens está na galeria de vídeos, ao final da matéria).
Outra seqüência, também fotografada pelos guerrilheiros mostra a destruição de uma ponte, que a polícia também ainda não conseguiu identificar onde está situada. Na seqüência é possível ver um dos guerrilheiros fazendo a segurança da área, empunhando uma escopeta.
Nos dias 22 e 23 de agosto desse ano a Liga organizou o 5º Congresso no campus da Unir, em Porto Velho, onde participaram centenas de pessoas. De acordo com informações da polícia, enquanto os membros da Liga discursavam perante estudantes e religiosos convidados, a cúpula se reunia em uma sala reservada, cujo acesso só era permitido para algumas pessoas.
Encontro da LCP na UNIR em Agosto 2008
A LCP, por outro lado, se defende das acusações de ser um movimento armado. Sobre a prisão do grupo ocorrida no dia 9, dizem que “os policiais, acompanhados de jagunços, invadiram o acampamento e após renderem a todos, começaram e humilhar e espancar os prisioneiros”. Em matéria publicada no site da Liga, afirmam ainda que os prisioneiros foram levados para a sede de uma fazenda onde teriam sido torturados e horas depois foram encaminhados ao presídio Urso Branco, sem nenhum direito a defesa.
A Liga diz ainda que as prisões foram uma retaliação a invasão de uma área que seria de um policial militar, onde já havia sido feito o despejo, mas os camponeses voltaram a invadir e foram rechaçados com truculência.
De acordo com a Polícia Militar a história é bem diferente. O boletim de ocorrência diz que no dia 29 de agosto, um grupo composto por 11 integrantes da LCP, liderados por um elemento identificado como “Sargento” por supostamente ter recebido treinamento militar na Colômbia, fortemente armado, invadiu a fazenda Mutum, pertencente a um agricultor identificado como Luiz, onde teriam espancado dois funcionários da fazenda e teriam deixado uma ameaça, onde diziam que o fazendeiro deveria deixar a propriedade, do contrário seria morto. A presença de uma patrulha rural da Polícia Militar evitou o pior e os invasores fugiram pela mata. Foi lavrado na ocasião, o boletim de ocorrência 6885/2008. Na noite do dia 09, uma pessoa que dizia ser mãe de um dos integrantes do grupo, ligou para a Polícia Militar informando que estavam todos em uma fazenda na Linha 4, em Jaci - Paraná. A denunciante pediu ainda que seu filho não fosse morto, pois o mesmo estava sob influência do que ela classificou como “más companhias” e não era responsável por seus atos.
Os policiais seguiram para o local, onde, segundo o boletim de ocorrência, foram recebidos à bala e revidaram. Após a troca de tiros, os assentados teriam formado uma barreira humana, com mulheres e crianças, facilitando a fuga de Sargento e outros três membros do grupo pela mata. Mesmo assim, não tiveram tempo de levar as armas que foram apreendidas nem a câmera fotográfica, que continha imagens de ações negadas veementemente pela LCP.
O achado da máquina fotográfica foi de fundamental importância para a polícia, pois confirma que os “camponeses” agem realmente como guerrilheiros. Entre as armas apreendidas estava uma escopeta de repetição, de fabricação soviética, calibre 12, além de rifles calibre 32 e dezenas de munições de diversos calibres.
O que é a LCP
A Liga dos Camponeses Pobres surgiu em Rondônia em 1999 como uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Eram considerados extremamente radicais pelo MST, pois pregavam a luta armada no campo. O movimento foi crescendo aos poucos e conquistando importantes aliados, como os estudantes, por exemplo. Infiltrou-se na Universidade Federal de Rondônia e é possível perceber sua atuação nos últimos movimentos promovidos pelos estudantes. A forma de organização das passeatas demonstra táticas bem elaboradas, como a criação de núcleos de segurança, de propaganda e ações coordenadas. O site do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR) que é contrário a União Nacional dos Estudantes (UNE), divulga notícias da LCP. O MEPR é ligado a Liga Operária, que prega, entre outras ações “apoiar-se na própria força” e tem como lema “rebelar-se é justo”. A Liga Operária também defende a “heróica resistência do povo iraquiano”. O MEPR nega que tenha qualquer relação com a Liga Operária ou com partidos políticos, talvez para fugir da pecha de que movimento estudantil é atrelado a partidos de esquerda. Historicamente não é assim. A UNE, durante anos foi diretamente ligada ao Partido dos Trabalhadores e é acusada pelo MEPR de continuar fazendo a “política do Banco Mundial e do MEC”.
O que todos esses movimentos têm em comum é o “rompimento com o Estado”, buscando uma “nova forma de organização, pois somente assim é possível superar e desmontar as máquinas burocráticas”. Eles pregam ainda “a substituição do sistema presidencialista de direção por formas mais coletivas e de coordenação”, traduzindo, seria mais ou menos como a criação de células auto-suficientes e independentes para agirem no campo e nas cidades, porém, todas interligadas através de um poder central.
Essa fórmula foi adotada pelos terroristas no Oriente Médio e mostrou-se eficaz em casos de ataques. E, de acordo com a polícia, esses “ataques terroristas” já iniciaram no campo. Falta muito pouco para chegar às cidades.
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