A ex-superintendente da Polícia Federal em Roraima na década de 90, Suely Goerisch, está presa em Portugal e poderá ser extraditada para o Brasil nos próximos dias. Ela estava com prisão decretada pela Justiça Federal de Roraima e era considerada foragida. Sua prisão foi feita dias atrás por agentes da Interpol daquele país e, conforme informação de uma fonte, após ser trazida para o Brasil, a ex-delegada deve ser conduzida para cá, onde é aguardada para ser submetida a julgamento pelo crime de malversação de verbas públicas.
O processo está em tramitação na 2ª Vara da Justiça Federal de Roraima e, ainda de acordo com a fonte, no último dia 9 o chefe substituto da Divisão de Medidas Compulsórias, do Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Justiça, Humberto Alves de Mendonça, encaminhou fax endereçado ao juiz federal Helder Girão Barreto, informando que os documentos justificativos e formalizadores do pedido de extradição de Suely Goerisch foram encaminhados ao Ministério das Relações Exteriores no dia 4 deste mês, solicitando que fossem oficializados junto ao Governo de Portugal.
Além de Suely Goerisch, outro delegado da Polícia Federal à época, Williams Ramos, que atuava com ela em Roraima, também foi acusado de receber propina em razão de atribuições que exercia e ambos acabaram demitidos da instituição policial em outubro de 1999. De acordo com a denúncia formalizada pelo procurador do Ministério Público Federal, Suely e Williams fizeram o mau uso de R$ 287 mil, oriundos de um convênio firmado entre a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio, que tinha como propósito ser aplicado na Operação Selva Livre, para a retirada de garimpeiros de terras indígenas no Estado.
No entanto, o dinheiro foi desviado e aplicado ilegalmente em uma reforma no prédio onde até hoje funciona a sede da instituição em Boa Vista, obra feita sem licitação. O prédio pertencia ao empresário Paulo Barrudada, que acabou perdendo o imóvel para a União.
O processo perdurou por todos esses anos e os dois delegados desapareceram do Estado. A demissão dos dois foi assinada pelo então ministro da Justiça, José Carlos Dias, que baseou sua decisão no fato de que a ex-superintendente e o ex-delegado se prevaleceram abusivamente da condição de funcionários públicos federais e praticaram atos lesivos ao patrimônio da pessoa jurídica com abuso de poder.
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