Um grupo de colonos do Projeto Renascer que estão acampados na antiga Fazenda Ilhéus, no Município de Bonfim, desapropriada pela Justiça Federal e destinada para assentamento, esteve ontem à tarde na sede da Polícia Federal e formalizou denúncia contra uma guarnição da Força Tática da Polícia Militar, acusando de abuso de poder e ameaças.
*De acordo com a queixa, os militares chegaram ao local por volta das 23 horas de segunda-feira e estavam acompanhados de um homem identificado pelo nome de Delan Pereira Lopes. A entrada do assentamento, que também serve de acesso a outras propriedades, estava trancada com um cadeado e, segundo os colonos Rubanizio Lacerda Júnior e Maria Reis Brandão, os militares chegaram ao local gritando e ordenando que o cadeado fosse aberto.
*Os policiais estavam de armas em punho e teriam intimidado o casal para poder abrir o portão a pedido de Delan Pereira. Maria disse que ainda tentou argumentar quanto à atitude dos militares, pelo fato de estar com crianças no local. Maria informou ainda que na tarde, por volta das 13 horas, Delan esteve no local e tentou passar, mas o portão não foi aberto.
*O presidente da Associação dos Colonos do Projeto Renascer, Rosaildo Crispim Brasil, lembrou que no local ocorre conflito constante com funcionários de fazendeiros. Informou que o homem que acompanhava os policiais foi preso no mês passado junto com outras pessoas acusadas de posse de armas e outros crimes dentro região.
*Segundo ele, os presos faziam ameaças aos colonos para que saíssem do local. Lembrou também que 43 barracos de colonos foram destruídos e teme que novas investidas ocorram e que algum colono seja morto. Acrescentou que o caso seria levado ao conhecimento do Comando da Polícia Militar, Corregedoria e também ao Ministério Público Federal.
*De acordo com o delegado Alan Gonçalves, depois da formalização da denúncia de supostos policiais militares envolvidos na questão, irá oficializar o comando da instituição para saber se houve tal fato. O tenente coronel Gonçalves, do CPC (Comando de Policiamento da Capital) da Polícia Militar, disse que tão logo o caso seja formalizado na PM, será investigado.