Enquanto a população de Cacoal enfrenta problemas estruturais como criminalidade crescente, fios elétricos caídos e a falta de manutenção na rede de esgoto, a Câmara Municipal tem priorizado despesas que levantam questionamentos sobre a responsabilidade no uso dos recursos públicos. Apenas nos primeiros seis meses de 2025, a Casa Legislativa já utilizou mais de R$ 750 mil do orçamento, sendo mais de R$ 500 mil destinados exclusivamente ao pagamento de diárias para vereadores e servidores.
Além das diárias, os gastos incluem despesas com combustíveis, passagens aéreas, consultorias, cursos, publicidade institucional e aluguel de veículos. As justificativas para esses reembolsos, em muitos casos, não são claras, e a falta de fiscalização interna levanta suspeitas sobre a economicidade e a real necessidade desses investimentos.
Segundo apuração, não há critérios bem definidos para a concessão dessas verbas, e tampouco mecanismos efetivos de controle por parte dos próprios parlamentares. A ausência de transparência e de prestação de contas alimenta a insatisfação popular, especialmente diante do contraste entre o conforto garantido nos gabinetes legislativos e a precariedade dos serviços públicos oferecidos à população.
Moradores de diversos bairros de Cacoal relatam o abandono de demandas básicas, como a coleta de esgoto, a manutenção da iluminação pública e a segurança em áreas mais vulneráveis. Para muitos, os números revelados representam não apenas desperdício, mas um descaso com as reais prioridades do município.
Em tempos de dificuldades financeiras e sociais, cresce a pressão para que a Câmara reveja seus critérios de gastos e adote medidas efetivas de transparência, fiscalização e responsabilidade com o dinheiro público.