BOLÍVIA: Turismo de brasileiros é proibido após protesto contra novo código penal

Travessia de turistas pelo Rio Mamoré não pode ser feita até protesto acabar

BOLÍVIA: Turismo de brasileiros é proibido após protesto contra novo código penal

Foto: Globo.com

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O turismo de brasileiros foi proibido temporariamente na cidade boliviana de Guayaramerín, na fronteira com o estado de Rondônia. A proibição ocorreu depois que moradores da Bolívia fizeram um protesto político, na terça-feira (09), contra a reforma feita no código penal do país vizinho.

 

Nesta quarta-feira (10), a travessia de turistas brasileiros e bolivianos foi temporariamente proibida nos Portos Oficiais de Guajará-Mirim, pelo Rio Mamoré, a cerca de 330 quilômetros da capital Porto Velho.

 

Com a suspensão das viagens, somente os brasileiros que estavam no território boliviano receberam autorização para voltar ao Brasil. Além dos turistas, outro público que foi afetado diretamente foi os trabalhadores e estudantes de medicina, que não tiveram como atravessar o Rio Mamoré.

 

O agente consular da Bolívia, Rolando Lujan, falou sobre a situação no país vizinho. Segundo ele, o consulado não apoia o protesto porque entende se tratar de um movimento político contra o governo do presidente Evo Morales.

 

“Este protesto é uma jogada política de um grupo de profissionais que se sentiram atingidos e não apoiamos esta forma de pensar”, declarou Rolando sobre o protesto contra o código penal aprovado.

 

Impacto no turismo e comércio local

 

Na manhã desta quarta-feira, centenas de turistas brasileiros que pretendiam cruzar para o lado boliviano foram pegos de surpresa com o comunicado de que não poderiam fazer a viagem até que a paralisação seja suspensa oficialmente.

 

Os turistas bolivianos que queriam vir para o Brasil também foram impedidos de cruzar a fronteira.

 

 

A medida acabou prejudicando também os comerciantes locais de Guajará, pois boa parte dos clientes são bolivianos que cruzam a fronteira para comprar nas lojas brasileiras, tendo em média pelo menos 200 turistas estrangeiros circulando no centro da cidade diariamente.

 

O professor Deílson Trindade, que mora na cidade Parintins/AM, conta que foi com um grupo de amigos até Guajará-Mirim somente para cruzar a fronteira e conhecer a Bolívia, mas acabou tendo os planos frustrados.

 

“Nossa expectativa era chegar e atravessar, mas infelizmente houve esse problema. Decidimos esperar e pousar na cidade até quinta-feira (11) para seguir o cronograma de passeio e turismo”, disse o viajante.

 

O bancário Audir Malaquias Santos, saiu de São José dos Campos/SP para conhecer a família da esposa e também planejava ir à Bolívia.

 

“Íamos para conhecer um pouco da culinária e cultura, mas fomos avisados agora de que não dá para ir. Vamos deixar para outra oportunidade quando eu voltar a Rondônia”, diz o turista.

 

Travessia

 

A única empresa responsável pelo serviço de transporte fluvial de passageiros entre Brasil e Bolívia informou que foi notificada formalmente pelo Consulado Boliviano sobre a manifestação no país e fixou um comunicado no balcão de venda de passagens.

 

Assim que recebeu a notificação, a empresa suspendeu imediatamente o serviço, pois existe o risco de os passageiros e as embarcações ficarem detidas pelas autoridades bolivianas.

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