A questão das perseguições dentro da Secretaria Municipal de Assistência Social e Família (Semasf) estão atingindo níveis imagináveis e começam a mostrar o quanto os servidores que denunciaram os casos de assédio dentro do Lar do bebê vêm sofrendo com a situação desde que resolveram dar publicidade aos fatos.
O último capítulo desses casos de perseguição que parecem não ter fim aconteceu hoje pela manhã. As duas servidoras “sobreviventes” das denúncias e que ainda trabalhavam no Lar do Bebê foram devolvidas pela secretaria. Foi o prêmio que receberam da administração por acreditarem que estavam agindo certo.
“Trabalhei no Lar do Bebê 15 anos e meu maior medo era sair assim expulsa do jeito que eu estou saindo. Fizemos uma reunião com a secretária achando que iria resolver, mas não resolveu e acabou tomando uma proporção muito grande, envolvendo até polícia. Vale a pena você denunciar para o bem das crianças? Não vale”, desabafou a servidora Ana Nilda Garcia.
A outra servidora devolvida, Keylane Ramalho de Carvalho (perseguição e assédio), disse que as denúncias que fez sobre as irregularidades ocorrentes no Lar do Bebê resultaram em várias melhorias, mas que, infelizmente, ela acabou pagando, tornando-se perseguida nas mesmas circunstâncias de perseguições que ela delatou. “Saímos expulsas sem saber os motivos. Nem eles nos souberam dizer os motivos dessa atitude”, disse a servidora.
As duas registraram queixa na Delegacia de Polícia Civil e vão aguardar o chamamento da autoridade policial no inquérito que será aberto. Elas estão sendo acompanhadas pela assessoria jurídica do Sindeprof, que tem sido a única instituição que tem falado em nome das servidoras e cobrando das autoridades soluções urgentes para a questão das perseguições a servidores que ocorrem dentro da Semasf.
Ana Nilda registrou ocorrência na Polícia Civil por perseguição e Keylane por perseguição e assédio moral. Além do constrangimento por terem sido expulsas, há outras questões que agravam a situação. Keylane, por exemplo, vai perder gratificações que faziam parte de seu salário mensal, impactando a sobrevivência dos dois filhos que sofrem de Síndrome do Espectro Autista.
Outros seis servidores que denunciaram as irregularidades na Semasf já foram devolvidos ou não aguentaram as perseguições e pediram para sair.
A Semasf ainda não se pronunciou sobre a decisão de retirar as servidoras da instituição Lar do Bebê.