SENNA: Minissérie da Netflix retrata o ídolo e ameniza as falhas do herói nacional

“Senna” conta a vida do maior piloto de Fórmula de 1 da história do Brasil

SENNA: Minissérie da Netflix retrata o ídolo e ameniza as falhas do herói nacional

Foto: Divulgação

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A minissérie “Senna”, que estreou na plataforma de streaming da Netflix no último dia 29 é um marco para a produção nacional no segmento. Sabe se que a gigante,  em parceria com a produtora Gullane, investiu pouco mais de R$ 250 milhões no uso de tecnologia, com um esmero técnico absurdo - principalmente nas sequências de corridas que o piloto brasileito participava. 
 
“Senna” conta a vida do maior piloto de Fórmula de 1 da história do Brasil, considerado herói nacional e que marcou toda uma época em um período de 10 anos como piloto profissional - de 1984, quando correu pela Toleman, até 1994 quando perdeu a vida numa curva na pista de Ímola (Itália) no Grande Prêmio de San Marino, pilotando uma Williams. 
 
E como todo produto de entretenimento, principalmente de cunho biográfico, ele tem pontos positivos e negativos. Ao mesmo tempo que conta com um elenco muito bom, sem comprometer a proposta do legado do piloto - com destaque ao ator principal Gabriel Leone, muito bem no papel de Senna, omite passagens da vida dele que colocaria em xeque o “bom moço”.
 
No ponto de vista estrutural da narrativa, com a história, o início parece uma novela global, sim, mostra o garoto Senna, apaixonado por velocidade, já recebendo a devida atenção dos pais, sendo o pai dele um empresário bem sucedido com uma fábrica de auto peças, lhe presenteando com um kart, depois da diversão passa para a competição. 
 
E cria um dilema entre o pai e ele, jovem, para que não ingresse na carreira de piloto, que use isso como uma experiência de aprendizado sobre responsabilidade, pois ele deve segurar um cargo dentro da fábrica que pertence a família Senna. 
 
 
Mas, claro, uma vez dentro das corridas e com proposta de seguir uma carreira nas pistas, a minissérie mostra que Senna é um rebelde com perspectiva de querer superar sempre seus limites, e isso pode estar até mesmo na quebra da sua rotina de uma vida já pré-programada pela própria família.
 
Ele quer seguir seu caminho à sua maneira, com reconhecimento pelo seu talento como piloto o sucesso que pode adquirir, chamando a atenção da imprensa esportiva e de uma experiente jornalista especialista em corridas de alta performance, Laura Harrison (Kaya Scodelario) - personagem ficcional, mas que vai ser uma espécie de retrato do relacionamento polêmico de Senna com a imprensa. 
 
“Senna” foi muito criticada por omitir algumas passagens importantes da vida de Ayrton e que, em vários comentários divulgados nas redes sociais, comprometeram a integridade da minissérie em estabeler a persona do ídolo, como héroi que, antes de ser “imortal”, tem falhas ou questões pessoais que fizeram parte de sua história. 
 
A mais comentada é a omissão quase que integral da figura de Adriane Galisteu, o último amor de Senna, com quem ele relacionava antes de morrer. A família Senna proibiu dar destaque a essa relação ou exposição maior da apresentadora. Na minissérie Adriane tem uma rápida aparição de três minutos nos seis episódios. A produção deu ênfase maior ao relacionamento dele com a Xuxa - uma intepretação surpreendente da atriz Pâmela Tomé, simplesmente idêntica.
 
Mas isso é perfumaria, diante de outras situações, como o fato de Senna ter entrado em conflito com vários pilotos de Fórmula 1 a ponto de entrar em vias de fatos. Ele era muito questionado por outros companheiros pelo excesso de velocidade, arrojo em curvas a ponto de bater ou cortar carros, provocar acidentes, por vezes voluntários. 
 
Prost é o mais citado na minissérie, com muitas discussões em cena, mas outros pilotos que tiveram discussões acaloradas - com empurrões e até murros - com o piloto brasileiro foram Elio de Angelis (parceiro na Lotus), Nigel Mansel (parceiro na MacLaren) e até o alemão Schumacher (que iniciava sua carreira).
 
Outro é a antipatia nutrida por outro piloto brasileiro, Nelson Piquet, que não gostava de Senna a ponto de questionar a sua sexualidade na imprensa, provocando desconforto no piloto. Piquet tem uma rápida aparição em uma reunião da FIA.
 
Pena que até mesmo a Fundação Ayrton Senna vire citações em alguns momentos, sendo esse trabalho dele muito importante para atender crianças da periferia com educação em um trabalho social de resgate da cidadania num período em que o Brasil vivia um caos político e econômico. 
 
 
DETALHES
 
Antes de qualquer problema que possa prejudicar a minissérie, que deixa claro ser uma exaltação a idolatria do piloto Ayrton Senna, como produto audiovisual é um show técnico e detalhes que mostram se tratar de um trabalho de alto nível, grande porte, digno de uma superprodução, basta conferir os números e os gastos com cenários, efeitos de CGI, edição, figurino e desenho de produção. 
 
Para ter uma ideia, os efeitos especiais - principalmente com a cenas fechadas de dentro do cockpit dos carros de Senna e as sequências de velocidade nas pistas - são de uma empresa parceira da Netflix, especializada em projetos com a Marvel e contou com uma equipe com cerca de 600 pessoas.
 
A produção utilizou 22 réplicas dos carros de Senna e dos outros pilotos que aparecem em cena e foram construídas para as mostrar os bastidores das corridas. Foram confeccionados 100 macacões com especificações da época. No geral a produção teve 17 mil pessoas envolvidas - incluindo figurantes. 
 
 
Diante disso, claro, é uma minissérie de encher os olhos e que tem seus momentos de pura emoção. Em sua estrutura dramática, na métrica dos seis episódios fica fácil maratonar, os conflitos são contidos e tem sequências quentes - para quem se interessar, entre Xuxa e Ayrton. 
 
Os três primeiros episódios são muito bons em criar a empatia e mostrar a evolução do piloto. Tem uma leve queda no miolo central, principalmente no quinto episódio - que aborda vários pontos da vida particular e deixa em aberto. 
 
Porém o sexto e último episódio é a pura catarse da emoção. Um destaque para a impressionante interpretação do ator Gabriel, preste atenção no olhar dele em momentos chaves como Senna, esse detalhe permite a imersão fluída das cenas mais empolgantes.
 
Recomendo, muito. Apesar de falhas pontuais é uma minissérie quem exalta Senna, sem ferir o seu legado.
 
 
TRAILER:
 
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