O retorno acontecerá de forma gradual. Primeiro, voltam os alunos do 2º, 5º, 6º e 9º anos do ensino fundamental. No médio, apenas alunos do 3º ano terão aulas presenciais. Algumas medidas de segurança contra o coronavírus serão adotadas, tais como: 25% da capacidade da sala de aula e distanciamento de um metro entre carteiras.
Acácia Cavalcanti, jornalista e mãe de três filhos que estudam na rede pública estadual, vê o retorno das aulas presenciais como o princípio de um novo tempo. “Hoje, como já tem a vacinação dos professores e o número de casos diminuiu consideravelmente, eu creio que eles (governo) vão se adequar e não colocarão todos os alunos dentro da sala. Por esse motivo, eu quero que eles voltem”, defendeu.
A mãe analisa ainda que a chegada do ensino remoto, em março de 2020, deixou os alunos desencorajados. “Dois dos meus três filhos, ficaram desestimulados de estudar. Um deles, começou a registrar notas muito baixas e aquilo já estava me deixando preocupada”, declarou.
Acácia criticou também, a metodologia do ensino remoto. Para ela, é necessário o convívio nas escolas entre professores e estudantes.
“O ruim da aula online, é que os professores só jogam tarefa e a gente tem que dar aula para os nossos filhos. Eu vejo que isso, faz falta. Eles precisam ver os professores”, explica.
Sem vacina
Já Adriana Barbosa, cuidadora de idosos e mãe de dois filhos, não vê a volta do ensino presencial com bons olhos. Para ela, é uma bomba para a elevação dos casos de covid-19 e uma possível terceira onda.
“Ainda não é a hora dos alunos voltarem ao presencial, porque só os professores estão imunes. E as crianças? Como é que nós vamos saber que elas não estão com covid-19? Ainda temos as assintomáticas. Acredito que não é o momento.”, afirmou.
Renal Bento, auxiliar administrativa e também mãe de dois filhos, acredita que a metodologia do ensino remoto, no momento, é eficiente e atende às necessidades dos alunos.
“Eu ainda acho muito arriscado (ensino presencial). Mesmo adotando todas as medidas restritivas, porque na minha família tivemos muitas perdas e as crianças ainda não estão vacinadas. Meus filhos têm aprendido bastante no remoto e a professora tem auxiliado a gente”, declara.
Frente Sindical critica governo
A Frente Sindical da Educação de Rondônia, ligada ao Sintero, emitiu nota de repúdio nesta quarta-feira (21), afirmando que a atitude do governo em transferir a responsabilidade, caso haja contaminação é um absurdo.
"Outro agravamento observado no pronunciamento do governador é a atribuição da responsabilização aos pais ou responsáveis, caso haja contaminação dos estudantes. Ou seja, eximindo o Poder Público de qualquer responsabilidade se isso acontecer. Os pais deverão assinar um Termo de Responsabilidade assumindo todo e qualquer risco, conforme Anexo V do Plano de Operacionalização do Retorno às Aulas Presenciais", diz um trecho da nota.